
Uma equipe de biólogos, veterinários e pescadores realizou a captura temporária de botos amazônicos esta semana para estudar os impactos das mudanças climáticas em sua saúde. A ação ocorreu no Lago Tefé, na bacia amazônica, e teve como objetivo prevenir a repetição da tragédia do ano passado, quando centenas desses mamíferos morreram em decorrência de uma seca severa.
Os botos foram levados à terra para a realização de exames de sangue, biópsias e inserção de microchips, que permitirão o monitoramento de seus movimentos e comportamento via satélite. Todo o processo foi realizado com extremo cuidado para evitar estresse aos animais, especialmente uma fêmea capturada com seu filhote juvenil.
No ano passado, mais de 200 botos foram encontrados mortos no Lago Tefé, vítimas das temperaturas extremamente altas da água durante a seca, que chegou a 40,9°C, mais de 10 graus acima da média. Os pesquisadores esperam que os dados coletados agora possam auxiliar na compreensão das causas das mortes e permitir uma resposta mais rápida a futuros eventos climáticos extremos.
O projeto, liderado por Miriam Marmontel, do Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável, conta com o apoio da Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos da Califórnia. Além de analisar a saúde dos botos, a equipe busca determinar se a mortalidade foi causada apenas pelo aumento das temperaturas ou se há outros fatores, como toxinas ou poluentes na água.
O fenômeno climático El Niño e as mudanças climáticas globais estão entre as causas consideradas para a seca que devastou a Amazônia em 2023. Ativistas ambientais alertam que esses eventos extremos devem se tornar cada vez mais frequentes e intensos, colocando em risco a biodiversidade única da região.
Fonte: CNN Brasil