
Em depoimento na CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a ordem referente ao uso de hidroxicloroquina no tratamento precoce contra a Covid-19 não partiu da pasta.
Ele confirmou que recebeu, numa reunião no Planato, um decreto elaborado pela Presidência de República, que mudava a bula da cloroquina inserindo recomendação do uso do medicamento contra Covid-19 – apesar de o remédio ser ineficaz contra a doença.
Segundo o relator da CPI, Renan Calheiros, “é relevante a informação de que Mandetta viu um decreto para mudar a bula e recomendar a cloroquina”.
O ex-ministro, demitido em 16 de abril de 2020, narrou ter sido chamado às pressas para uma reunião no terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete presidencial, na qual outros integrantes da equipe e médicos convidados discutiam mudar a bula por meio de decreto.
A recomendação do ministro contra a mudança da bula foi ignorada pelo Planalto, que, segundo ele, buscou alterar, junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a bula do medicamento para incluir recomendação contra a Covid-19. “Havia um papel não timbrado com informações sugerindo que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa e o próprio presidente Barra Torres que disse ‘isso não’. Alguém botou aquilo em formato de decreto”, disse.
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