Bombardeios aéreos deixam pelo menos 20 mortos, em hospital no Iêmen

Bombardeio aéreo deixa 20 mortos, em hospital/Foto: Reprodução
Bombardeio aéreo deixa 20 mortos, em hospital/Foto: Reprodução
                      Bombardeio aéreo deixa 20 mortos, em hospital/Foto: Reprodução

A coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeou, hoje, segunda-feira, um hospital em uma província sob controle rebelde no norte do Iêmen, deixando ao menos 11 mortos e 20 feridos, 48 horas após ataques aéreos que mataram 10 crianças iemenitas.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que possui uma equipe nesse centro de atendimento, confirmou no Twitter “que o hospital Abs (na província de Hajja) foi atingido por bombardeios aéreos hoje às 15h45 locais (09h45 de Brasília)”.


Pouco depois, a organização informou que “a explosão matou na hora nove pessoas, incluindo um funcionário da MSF, e dois outros pacientes morreram quando eram transferidos” para um outro hospital.

A rebelião iemenita havia informado mais cedo a morte de seis pessoas.

O porta-voz da MSF, Malak Shaher, disse à AFP que a organização tem uma equipe própria neste hospital público desde 2015.

Moradores de Abs confirmaram os bombardeios ao hospital, indicando que a coalizão visou nos últimos dias posições rebeldes na cidade.

Os Estados Unidos condenaram os ataques, mas não responsabilizaram diretamente a coalizão árabe liderada pelos sauditas e apoiada por Washington.

“Estamos profundamente preocupados com as informações sobre um ataque contra um hospital no norte do Iêmen. Os ataques contra instalações humanitárias, principalmente hospitais, são particularmente preocupantes”, declarou a porta-voz do departamento de Estado, Elizabeth Trudeau.

Sem apontar diretamente os culpados, a porta-voz pediu a “todas as partes em conflito que parem imediatamente as hostilidades”.

Estes bombardeios acontecem menos de 48 horas depois que a MSF acusou a coalizão de matar 10 crianças ao bombardear uma escola corânica em Saada, outra província rebelde do norte iemenita.

A coalizão negou ter atacado a escola e disse que se tratava de um campo de treinamento de rebeldes, onde havia soldados menores de idade. Ainda assim, afirmou que investigará o incidente.

A coalizão árabe iniciou sua campanha contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã e seus aliados em 26 de março de 2015.

A Anistia Internacional lamentou os ataques contra o hospital “que causaram vítimas entre os civis e pessoal médico”. “Atacar intencionalmente instalações médicas é uma grave violação do direito humanitário e pode constituir um crime de guerra”, disse a organização.

Abs está localizada nos limites da cidade de Harad, perto da fronteira com a Arábia Saudita. É a partir de Abs que os rebeldes iemenitas lançam com certa frequência ataques contra regiões sauditas perto da fronteira, causando vítimas.

Frequentemente bombardeada pela coalizão, Harad é também o palco de violentos combates entre as forças governamentais apoiadas pelas tropas da coalizão e os rebeldes xiitas huthis.

Fontes militares pró-governo disseram que veículos militares haviam transferido de Harad rebeldes feridos ao hospital de Abs, sugerindo que os ataques tinham como alvo este estabelecimento por este motivo.

A coalizão e a Arábia Saudita são regularmente acusadas de atacar, ainda que por erro, civis, inclusive crianças.

Nesta segunda-feira, a coalizão árabe anunciou que autorizou a retomada dos voos humanitários no aeroporto internacional da capital Sanaa, que havia sido fechado aos voos civis após a retomada dos ataques aéreos.

Originários do norte do Iêmen, os huthis se levantaram contra o poder do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi em 2014, tomando grandes porções de território, incluindo a capital Sanaa.

Em março de 2015, a vizinha sunita Arábia Saudita, que acusa os huthis de ligações com o Irã, assumiu a liderança de uma coalizão militar árabe para parar o avanço dos rebeldes por meio de bombardeios aéreos e combates no terreno.

Desde então, a guerra fez mais de 6.400 mortos e 30.000 feridos, incluindo muitos civis.(Terra/IstoÉ)

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