
O Brasil e o Japão negociaram, nesta quarta-feira (26), em Tóquio, dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente, além de 80 instrumentos entre empresas, bancos, universidades e institutos de pesquisa. Os dois países também anunciaram um plano de ação para revitalizar a Parceria Estratégica Global, reforçando os laços diplomáticos estabelecidos desde 2014.
O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, marcou um novo momento na relação bilateral. Lula destacou que serão realizadas reuniões diárias a cada dois anos para divulgar a cooperação entre os governos. Além disso, ressaltou a importância do Japão como parceiro estratégico em ciência, tecnologia e inovação.
Entre os acordos firmados, estão iniciativas para combustíveis sustentáveis, mobilidade, integração industrial, recuperação de terras degradadas, meio ambiente, educação, inclusão digital e redução de riscos de desastres. A recente decisão do Japão de ampliar o uso de biocombustíveis abre novas oportunidades para investimentos no Brasil, especialmente na produção de etanol, hidrogênio verde e combustíveis renováveis.
Lula também enfatizou a necessidade de aumentar o comércio bilateral e fortalecer a presença do Japão no Mercosul, já que o país é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na Ásia e um importante investidor. Em 2023, os investimentos japoneses no Brasil somarão cerca de US$ 35 bilhões, com perspectivas de expansão.
Além dos avanços econômicos, os líderes discutiram questões globais, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, defendendo o fortalecimento do multilateralismo e o combate ao extremismo. Lula lamentou a morte de um jovem brasileiro na prisão israelense de Megido e criticou a escalada da violência em Gaza.
A visita de Estado ao Japão, a primeira organizada pelo país desde 2019, segue até quinta-feira (27), quando Lula embarcou para o Vietnã, dando continuidade à agenda na Ásia.
Fonte: agênciaBrasil