Brasil ficará livre dos “parasitas” com fim da estabilidade para servidor público, diz Bolsonaro

Até o Carnaval, Bolsonaro vai enviar ao Congresso fim da estabilidade para servidor público – foto: viralizada nas redes sociais

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparar os servidores públicos a “parasitas”, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderá enviar proposta de reforma administrativa prevendo o fim da estabilidade funcional.


De acordo com estudo no Palácio do Planalto, Bolsonaro pretende eliminar o Regime Jurídico Único (RJU), previsto na Lei 8.112/90, que protege as carreiras dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

Ministro Paulo Guedes, o ‘inimigo número 1’ do funcionalismo público – foto: arquivo

O objetivo do governo Bolsonaro é [também] abrir um front de ataque à Central Única dos Trabalhadores (CUT) cuja base sindical majoritária é formada pelo funcionalismo público.

A reforma administrativa de Bolsonaro e Guedes teria os seguintes objetivos:
• eliminar o Regime Jurídico Único (RJU);
• acabar com a estabilidade do servidor;
• extinguir a garantia de irredutibilidade salarial;
• permitir a redução de salário e de jornada;
• ampliar o estágio probatório;
• reduzir o salário de ingresso no serviço público;
• proibir as progressões e promoções automáticas;
• ampliar o tempo de permanência na carreira; e
• criar carreirão transversal, cujos servidores serão contratados pela CLT e distribuídos para os órgãos governamentais.

Ao chamar os funcionários públicos de “parasitas“, na semana passada, Paulo Guedes o fez de caso pensado visando uma nova guerra ideológica –sempre com o apoio da velha mídia– para desmontar a máquina pública em serviços essenciais à população, a exemplo do INSS, que não consegue atender às demandas de aposentados e pensionistas.

Bolsonaro busca apenas tirar direitos e atacar à CUT, cuja base sindical é formada por funcionários públicos – foto: viralizada nas redes sociais

Segundo o ministro da Economia, os funcionários públicos já têm como privilégio a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”. Guedes argumentou que a máquina pública, nas três esferas de governo, não se sustenta financeiramente por questões fiscais e, por isso, a carreira do funcionalismo precisa ser revista.

As reformas do governo Bolsonaro, portanto, buscam apenas tirar direitos e dificultar acesso da sociedade às obrigações prestacionais do Estado.

A reforma trabalhista, ainda no governo Michel Temer, significou mais desemprego, precarização da mão de obra, informalização, uberização, arrocho salarial, enfim, mais miséria e sofrimento para a classe obreira.

Já a reforma da previdência representou a volta da semi-escravidão ao Brasil, pois o trabalhador vai morrer e não terá chances de se aposentar com as novas regras.

Agora, com a reforma administrativa, poder-se-á ingressar no serviço público sem concurso público; voltará os tempos em que só se darão bem aqueles que têm padrinho político forte nos estados, municípios e na União.

Do ponto de vista constitucional, de orelhada, pode-se afirmar que a reforma administrativa de Bolsonaro e Guedes é ilegal porque fere o art. 37 (princípio da impessoalidade do Estado).

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1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns Bolsonaro. Sempre pela maioria. Chega de privilégios… Já fui funcionário público durante quase 6 anos e ví muitos abusos e absurdos dos colegas para com o povo. Saí pois minha índole não aguentava vê o tratamento dado ao público e ainda os funcionários fantasmas além dos que não faziam absolutamente nada. Em uma sala com 20 funcionários, somente 6 ou 7 trabalham.

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