Brasileiro reage e quer seu país de volta (Por Osíris Silva)

Economista Osíris Silva(AM)

Com 9 milhões de desempregados, 58 milhões de consumidores (em torno de 55,2 % da População Economicamente Ativa – PEA) pendurados no SPC, queda de 2,4% na renda familiar, inflação (real) acima de 10% ao ano, Congresso Nacional e parte do Poder Judiciário inconfiáveis aos olhos da população, é compreensível a revolta gerada em torno do mar de lama que se alastra pelo Palácio do Planalto como antes jamais visto na história deste país. O elevado grau de corrupção instalado desenvolveu, em consequência, escandaloso processo de desmoralização do governo brasileiro; tanto interna quanto internacionalmente.
O teor das gravações de Lula da Silva com subalternos instalados em gabinetes de Brasília e adjacências (ministros de Estado e da Suprema Corte, assessores e a própria presidente da República) foi a gota d’água para a sociedade se escandalizar e intensificar reações nas praças públicas e redes sociais exigindo um basta nessas mazelas.


No fundo, e em síntese, a guerra pelo poder. As fitas de áudio gravadas pela operação Lava Jato com autorização judicial revelam com incrível detalhamento planos e estratégias voltadas a garantir o retorno de Lula da Silva nas próximas eleições presidenciais. Não há mais dúvidas sobre os planos intencionalmente ardilosos dos petistas de se apoderarem, mesmo pela via institucional, do Executivo, impondo ao Brasil regime de força inspirado na ditadura bolivariana chavista vigente na Venezuela.

O vale tudo pelo poder absoluto

Chamou-me particularmente a atenção os palavrões, as hostilidades, a ferocidade, o menosprezo às pessoas e à opinião pública, o ódio destilado contra as oposições e a própria faixa populacional contrária a esse projeto (hoje em

Lula da Silva, movido por indisfarçável propósito de retorno à chefia do Executivo em 2018 como sucessor de Dilma Rousseff está disposto a tudo, matar ou morrer, para perpetuar-se no poder. O plano, contudo, exige fundos bilionários. São muitas e diversificadas as instâncias a serem ocupadas, lubrificadas e mantidas para a perfeita operacionalização do esquema. A divulgação dos áudios, com efeito surpreendeu e atemorizou a estrutura organizacional do projeto ao revelar suas entranhas e conectividades.

O povo reagiu. Condenou as intenções agora indisfarçáveis do PT. O governo, em resposta, declarou guerra institucional ao jogar o poder Federal contra a população, fingindo-se de vítima. A radicalização dos discursos da presidente Dilma Rousseff (vocês acham que tenho cara de quem vai renunciar?), de Lula da Silva (manda chamar o Stedile) e de líderes políticos da base aliada tornam bem claros os movimentos indisfarçáveis da base de sustentação política do governo.

Danos causados ao país

Lula, Dilma e o PT reagem ostensivamente às ações do MP e PF em relação aos fatos apurados, mas não os desmentem, como por exemplo a compra do Triplex do Guarujá, o sitio de Atibaia e a subtração dos presentes de dignitários estrangeiros em visita ao presidente.

Da mesma forma, não explicam o quão danoso tem sido o governo do PT a partir da franca e grave desestruturação dos fundamentos macroeconômicos do país: desemprego, inflação, os saques à Petrobras e suas subsidiárias, a desmoralização das obras públicas (mobilização urbana, infraestrutura de transporte, saneamento básico), a destruição do sistema de ensino, de saúde e de segurança pública, o brutal e crescente déficit de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D%I), protecionistas operações do BNDES em benefício de “compadres” e “sócios” dos Lulinhas, enfim, todo essa gama de desmando está inviabilizando o Brasil de hoje, tornando-o fardo pesado demais às futuras gerações.

Uma coisa é certa: eles não recuarão, prosseguirão e intensificarão o confronto com a sociedade. Como em 1964, a conjuntura política barra qualquer esforço de conciliação. O PT não cede, mantém-se inarredável no que tange a seu projeto de poder pelo poder. A nação, porém, passou a rejeitar sem recuos o populismo demagógico e conservador, o fanatismo bolivariano, a hipocrisia, a incompetência e a corrupção.

A sociedade quer e exige ter seu país de volta. Mas teme, horrorizada a possibilidade de confrontos fratricidas, enfrentamentos potencializados por radicalismo e intolerância movidos por arraigado fanatismo ideológico. Por seu intermédio, o errado é o certo, os interesses grupais sobrepõem-se ao da nação.

Desestruturação social e política

O país, lamentavelmente está desprovido de estadistas. Não dispõe de comandantes que se façam respeitar e sejam capazes de estabelecer diretrizes.
A redemocratização de 1985 não foi capaz de reverter a esdrúxula privatização do ensino básico imposta por sucessivos desgovernos ao país, que causou o enfraquecimento das estruturas organizacionais do meio estudantil: no ensino médio, por meio dos grêmios estudantis, e, no universitário, via diretórios acadêmicos, históricos berços de lideranças políticas em qualquer lugar do mundo.

O cenário político nacional está confuso. A sociedade rejeita intransigentemente a manutenção da corrompida estrutura de poder e de governança; disseminadas negociatas que transformaram o Congresso e parte do Judiciário em autêntico balcão de negócios.

Portanto, não resta outro caminho ao povo brasileiro, a não ser lutar, ir às ruas exercer seus direitos de cidadão, clamando, seguindo a canção de Ivan Lins, para que o homem seja livre e a justiça sobreviva.( Osíris Silva – Economista, Consultor de Empresas, Escritor)

 

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