Brasília volta a derrotar o Flamengo pelo NBB, agora em Manaus

Ataque do Brasília conseguiu penetrar e marcar/Foto: Mauro Neto

Em partida válida pela fase de classificação do Novo Basquete Brasil (NBB), disputada na Arena Amadeu Teixeira, em Manaus, a equipe do Brasília derrotou o Flamengo por 77 a 71, clássico que foi assistido por 2.323 torcedores. Esta foi a segunda vitória do time candango diante do rubro-negro, com a primeira ocorrendo en janeiro pelo placar de 95 a 83.Com isto, o Brasília passa a ser a única equipe a derrotar o Flamengo.
Para o técnico do Flamengo, Jose Neto, a equipe se esforçou até o último minuto, mas alguns erros fizeram a diferença frente ao adversário. “Eu pedi o tempo que eu tinha direito, a gente estava brigando até o final pela vitória. A gente sai daqui numa derrota, mas com o espírito de conquistar todo tempo. Eu poderia ter ajudado mais o time, mas deixei a desejar, e a responsabilidade da derrota eu assumo o risco, pois os jogadores estavam o tempo todo dedicados à vitória”, disse o comandante.


Embora a equipe Rubro-Negra se despeça de Manaus com o primeiro resultado negativo em solo amazonense, o armador Fischer espera um novo confronto com o time do Centro-Oeste. “Esse é um jogo de clima de play-offs e sabemos que poderemos enfrentar o Brasília lá na frente do campeonato, mas nós queríamos muito ganhar o jogo. Tentamos de tudo, perdemos uma grande peça que era o Marcelinho e jogamos bem abaixo do que poderíamos. O jogo foi decidido nos detalhes, saímos de cabeça erguida daqui e agora é descansar e pensar nos play-offs.  No jogo daqui tentamos de tudo, mas não jogamos tão bem. Jogamos como a condição de líder e poder, entre aspas, perder”, disse.

Ataque do Brasília conseguiu penetrar e marcar/Foto: Mauro Neto
No Fla Lelê lutou mas o Brasília venceu/Foto: Mauro Neto

Mesmo sem o pivô Daniel Alemão e o ala João, a equipe de Brasília conseguiu aproveitar bastante o entrosamento frente ao Flamengo, que foi realmente superior na velocidade e defesa. “Tenho muito orgulho de dirigir essas caras, que tiveram uma superação como essa, os próprios meninos do banco que jogam pouco, colaboraram e isso para um treinador é o ápice. Então, sem dúvida alguma, temos condições de jogar com qualquer equipe do NBB, em qualquer lugar que seja. Temos que entrar sempre com este pensamento e com essa união, como tivemos hoje, porque assim nos tornamos uma equipe difícil de ser batida”, disse Bruno Savignani.

Cestinha do time Candango com 20 pontos, o pivô Lucas Mariano espera que o time mostre ainda mais união daqui pra frente. “Agora é outro campeonato. Entramos no clima dos play offs, é tudo ou nada e não tem segredo: é ganhar. Vamos nos preparar bem para voltar e ir em busca da classificação. Não vamos escolher time e o que vier temos que estar preparados para ganhar. Mostramos que o nosso time colaborou, se ajudou, tínhamos alguns atletas machucados, demos um pouco a mais por eles e agora vamos estar prontos para a próxima fase”.

O jogo

O primeiro quarto de disputa fez o torcedor na arquibancada pulsar com as jogadas empolgantes. Com a pretensão de devolver a derrota na primeira fase, a equipe Rubro-Negra saiu na frente do marcador com o ala Marquinhos convertendo uma cesta de dois pontos. Nos contra-ataques, o Brasília conseguia envolver a defesa do Flamengo e logo conseguiu duas cestas de três pontos. Alex e Deryk foram as principais armas do time, convertendo os arremessos de fora do garrafão. Batista, Marquinhos e Olivinha acabaram sendo os pontuadores do quarto pelo Fla, deixando o jogo bastante disputado, encerrando os 10 minutos iniciais em 20 a 20.

Saiu na frente

Com velocidade e apostando nos contra-ataques, o Brasília abriu nove pontos de diferença para o rival que passou a forçar os arremessos. Sem a bola passar pelo aro do time candango, o Flamengo viu o time do Centro-Oeste dominar a partida até a metade do quarto. Foi aí que as estrelas Rubro-Negras começaram a aparecer. Lelê e Marquinhos foram os responsáveis pelas cestas de três pontos que ajudaram o time a empatar o jogo nos segundos finais: 38 a 38.

Pegado

Com dois gigantes em quadra, a emoção no terceiro quarto não cessou. A frente do placar desde o primeiro quarto, os Lobos levaram a virada na cesta de dois pontos de Olivinha, que logo em seguida acabou sendo ultrapassado pelo Brasília que fechou o quarto em 55 a 56. Nos últimos 10 minutos de jogo, a raça e a entrega em quadra prevaleceram. Apertado como foi desde o início, as equipes disputaram a vitória ponto a ponta. O ala Marquinhos acabou contribuindo com a cesta de três pontos para o Fla, mas o conjunto da equipe brasiliense acabou fazendo a diferença nos arremessos de dois pontos, conquistando a segunda vitória do ano em cima do rival: 77 a 71.

Euforia

Dentre o público presente no ginásio, o grupo do Projeto Super Basquetebol Social estava eufórico por assistir de pertinho os ídolos. Composta por 10 pessoas, a equipe veio diretamente de Tefé e enfrentou 36 horas de barco. Aos comandos do coordenador Renato Almeida, os meninos e meninas não só acompanharam os lances, como também puderam interagir com os jogadores do Flamengo e de Brasília.

“Temos um projeto há três anos em Tefé e trabalhamos com 70 crianças e jovens de nove a dezoito anos. Quando ficamos sabendo do jogo, começamos uma mobilização para vir à Capital e conseguimos trazer dez alunos, muitos deles inclusive estão vindo pela primeira vez em Manaus. As horas de viagem não são nada frente a emoção que eles estão sentindo aqui, conseguiram ate entrar com os jogadores e participar das brincadeiras, ou seja, uma oportunidade única”, destacou Renato.

A aluna do projeto, Elissandra Monteiro, 16, era só alegria. “Pratico baquete desde os quinze anos e estava muito ansiosa em poder ver o jogo. Estava contando os dias para chegar em Manaus, e a minha vinda pela primeira vez na capital não poderia ser mais feliz”, disse a aluna  da Escola Estadual Deputado Armando de Souza Mendes.

Outra que também enfrentou horas de viagem para assistir os únicos campeões do NBB foi Verena Chuery. Atleta há dez anos, ela encarou dez horas de viagem de ônibus de Boa Vista até Manaus e afirmou que apesar de torcer para o Flamengo, a vinda para o jogo foi o maior presente.

“Eu estava torcendo para o Flamengo, mas quem ganhasse eu já estava muito feliz por estar aqui. Fiquei emocionada e valeu cada hora dentro do ônibus. A vinda para Manaus, desta vez, teve um gosto especial e como aleta fiquei impressionada com a atuação dos jogadores. Nunca vou esquecer, é muito profissionalismo”, disse Verena.

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