
No sul do Amazonas, a Brigada Indígena de Incêndio da Terra Indígena Caititu, liderada por Raimundinha Rodrigues de Souza, desempenha um papel crucial na proteção das agroflorestas e territórios do povo Apurinã. Em uma região fortemente impactada pelo desmatamento e queimadas ilegais, como o município de Lábrea, terceiro no ranking de focos de incêndio em 2024, a brigada se tornou uma linha de defesa vital para preservar a biodiversidade e os modos de vida tradicionais.
A criação dessa brigada começou em 2022, com formações básicas oferecidas por Francisco Padilha, membro do povo Apurinã, e ganhou força em 2024, quando um curso técnico avançado, promovido em parceria com o Ibama e o Prevfogo, formou 23 brigadistas. Divididos em três esquadrões, eles patrulham o território, respondendo rapidamente a focos de incêndio e realizando queimas controladas para proteger os Sistemas Agroflorestais (SAFs) estabelecidos em 41,6 hectares de terras cultivadas.

Esses SAFs, essenciais para a segurança alimentar e renda dos Apurinã, enfrentaram grandes perdas devido às queimadas nos últimos anos. No entanto, o trabalho da brigada tem mostrado resultados positivos, com a preservação das plantações em 2024, como destaca Tata Apurinã, um dos pioneiros na implementação das agroflorestas. Apesar dos desafios e do trabalho exaustivo, os brigadistas permanecem firmes em sua missão, reconhecendo a importância de proteger a terra e os recursos vitais que sustentam suas comunidades.
A dedicação desses indígenas não só impede a devastação ambiental, mas também assegura a continuidade de seus modos de vida, reafirmando a importância da união e resistência frente às ameaças constantes.