
Entrevista viralizou nas redes após o presidente ter ido para o 2º turno e insistido com a “tese” do aborto e do sexo no maternal, atribuído ao PT.
Viralizou nas redes sociais uma entrevista de Jair Bolsonaro (PL) que ele deu em fevereiro de 2000. Nela, ele defende o aborto como sendo uma “decisão do casal”.
Aborto de Renan
Na mesma entrevista, ele conta sua experiência pessoal, e diz que, à época da gravidez do filho Jair Renan, teria optado pelo aborto, não fosse a mãe da criança, Cristina.
A conversa foi conduzida pela repórter Cláudia Carneiro, que perguntou a Bolsonaro, então deputado, o que ele pensava sobre a legalização do aborto. A matéria também chama atenção para a defesa que o agora presidente fez ao fuzilamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A jornalista questionou se o político já tinha passado por alguma situação que exigisse essa definição.
“Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi de manter. Está ali, ó”, respondeu o presidente, apontando para uma foto de Jair Renan, filho que ele teve com Ana Cristina Valle. O filho 04 do presidente era um bebê na época.
A declaração contradiz o que o presidente afirma sobre ser radicalmente contra o aborto, tema sobre o qual busca atacar o adversário Lula (PT).
Em setembro, Bolsonaro declarou: “Nós, diferentemente do outro candidato, nós defendemos a vida desde a sua concepção. Nós dizemos ‘não’ ao aborto. Nós dizemos ‘não’ à ideologia de gênero. Nós dizemos ‘não’ à legalização das drogas”.
Em outro trecho, ele afirma que é católico e já leu a Bíblia, mas que raramente ia à Igreja.
“Eu acredito em Deus. Sou católico. Mas é coisa rara ir à Igreja. Eu já li a Bíblia inteirinha, com atenção. Levei uns sete anos para ler. Você tem bons exemplos ali. Está escrito: “A árvore que não der frutos, deve ser cortada e lançada ao fogo”.
“Eu sou favorável à pena de morte“, declarou.

As declarações do presidente começaram a viralizar nas redes sociais depois que ele foi ao segundo turno, no domingo (2).
Na época, Bolsonaro tinha 44 anos e exercia o terceiro mandato como deputado federal. Ele costumava chamar atenção pelas declarações polêmicas, como a defesa à tortura e pena e de morte e do fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
“Eu não xinguei o presidente, nem disse que ele não conhece o pai dele. Acho que o fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas”, afirmou ele na entrevista.
Questionado se não era uma incitação ao crime, respondeu: “Se eu estivesse conspirando, não falaria isso. Não é difícil matar o presidente. Só tem que ter coragem. O esquema de segurança dele é falho.

Por exemplo, tenho uma casa no litoral em Mambucabinha, próxima do local onde ele passeia quando vai a Angra dos Reis. Sou primeiro lugar no curso de mergulho do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Bastava planejar. E as chances de sucesso de se cumprir a missão são grandes. Não é difícil eliminar uma autoridade no País. Isso até serve para alertar o presidente”.
A IstoÉ Gente republicou a entrevista na íntegra na terça (4). Leia no link.