A candidatura de Lula – Por Paulo Figueiredo

Advogado Paulo Figueiredo (AM)

Faz tempo que Lula agride o Poder Judiciário. Já chamou de covardes os membros do Supremo Tribunal Federal e recebeu como resposta duro pronunciamento do ministro Celso de Mello. Tem investido com violência verbal contra o juiz Sérgio Moro e foi derrotado em ação de suspeição ajuizada contra o magistrado perante o Tribunal Federal de Porto Alegre.


Nos autos e em audiência, seus advogados recorrem a expedientes para retirar de Moro o mínimo de serenidade na condução dos processos em que Lula figura como réu, com o claro propósito de afastá-lo do julgamento do ex-metalúrgico. Diante de provas robustas recolhidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, sabem que Lula não tem como escapar da condenação criminal.

Advogado Paulo Figueiredo (AM)

Tudo faz parte de uma estratégia de vitimização de Lula e de motivação da já desmotivada militância lulopetista, com o objetivo de dar sustentação à sua candidatura a presidente da República em 2018. Hoje, como lembrou Frei Beto, petista histórico, ninguém vai mais às ruas do país portando a bandeira do PT, a não ser bem remunerado, o que explica em boa parte os milhões de reais da corrupção carreados para os cofres partidários. De qualquer sorte, é com esse discurso que o lulopetismo pretende reconquistar o poder, mesmo após ter mergulhado o país numa crise econômica recessiva e de credibilidade sem precedentes em nossa história.

No entanto, apesar do baixo nível de conscientização política da população, tudo indica que o projeto lulopetista não passará. O desemprego brutal e o retorno de grandes contingentes populacionais a níveis de penúria haverão de sepultar de vez a demagogia da distribuição de renda e da falsa inclusão social, naufragadas pela corrupção e pela incompetência no trato da gestão pública. Quem ascendeu já perdeu ou está em vias de perder seu novo status. De outro modo, os delitos cometidos por Lula, no exercício da presidência e fora dela, mostram-se dia a dia mais evidentes e tornam inexorável a condenação do ex-presidente. Ele acaba de ser incluído na Segunda Lista de Janot e deverá mais uma vez ser investigado, processado e julgado pelo juiz Sérgio Moro. Agora, em companhia de sua pupila Dilma Rousseff, de igual modo integrante da relação de implicados do procurador-geral da República.   Em processos regulares, com as garantias da ampla defesa, devidamente apenado, o ex-metalúrgico não terá como contornar índices elevados de rejeição, como elementos inviabilizadores de qualquer disputa, especialmente em segundo turno do pleito presidencial.

Lula e o grão-petismo, como tábua de salvação, apostam agora na vala comum, onde chafurdaria número considerável de políticos, mais de 200, integrantes de partidos adversários – PSDB, PMDB, DEM etc., com a divulgação das delações de dirigentes e ex-executivos da Odebrecht. Sem dessemelhanças, não se tem como separar o joio do trigo, tudo fica indistinto, com inquéritos e processos instaurados em circunstâncias análogas. Ainda que merecidamente, o recebimento da denúncia contra o senador Valdir Raupp, pela 2a. Turma do Supremo Tribunal Federal, com o voto de quem sempre votou alinhado com as expectativas do lulopetismo, já sinaliza ou revela certo baralhamento de situações, porquanto há fumaça grossa no fogo que crepita sob interesses inconfessáveis.

Para o comando do PT e seus líderes, com o lançamento antecipado da candidatura Lula, dentre outros objetivos, tem-se a intenção de criar o que os franceses chamam de ‘fait accompli’, certos de que também provocarão algum constrangimento para os juízes que instruem os feitos criminais instaurados contra o ex-presidente, que se sentará no banco dos réus já como pré-candidato. Enganam-se. Esquecem que o tempo da política e da Justiça são diferentes, sem que haja entre eles a menor dependência.(Paulo Figueiredo é Advogado, Escritor e Comentarita Político – [email protected])

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