Caprichos da história – pérolas de Dilma (Por Paulo Figueiredo)

Advogado Paulo Figueiredo(AM)

A história tem seus caprichos e curiosidades. Durante o golpe militar de 1964, vivíamos colecionando gafes e besteiras ditas pelos generais que presidiram o país e seus acólitos. O nosso inesquecível Mário Lago, preso sempre que havia uma insurreição no Brasil, reuniu vários causos ocorridos logo após a quartelada, numa obra intitulada 1º de Abril – estórias para a História.
Dá pra morrer de rir. Eu mesmo lembro de muitas historietas e uma delas reproduzi na coluna do mais importante jornal em que trabalhava na ocasião em Manaus, que volto agora a descrever. Dizia respeito às declarações de uma advogada em Brasília, inquirida por um coronel, que teimava em considerá-la comunista pelo simples fato ter viajado algumas vezes a Moscou. Como o militar insistisse com a depoente para que confessasse ou justificasse suas viagens à capital do comunismo internacional, dela obteve a singela resposta: “olhe coronel, com todo o respeito, mas todo dia 2 de novembro vou ao cemitério e não sou defunta&rdq uo;.  Foi um deus nos acuda, o coronel esbravejou, espumou de raiva e a pobre mulher foi recolhida ao cárcere, onde padeceu vários dias incomunicável. Não preciso dizer que o proprietário do jornal teve que se explicar perante o então comandante militar da região e por pouco não fui demitido.


A estultice do presidente Costa e Silva ofereceu farto material para o então Festival de Besteira que Assola o País – Febeapá, criação de Stanislaw Ponte Preta. Emblemático o caso da Emobrás, “estatal” que intrigara o marechal como mais uma criação do governo, sem se dar conta de que se tratava apenas do aviso “Em Obras”. Há tantas outras de Figueiredo, Geisel, Médici e Castelo Branco, que encheriam a página. De Figueiredo, extrovertido e sem papas na língua, que dizia preferir o cheiro de cavalo ao de povo e pregava que se jogasse uma bomba atômica como soluç&a tilde;o para as favelas no Rio de Janeiro, há um amplo repertório de piadas para todos os gostos.

Como capricho da história, temos agora a guerrilheira Dilma Rousseff com um rol de estupidez que deixa os militares no chinelo. Combatente da ditadura, em defesa da democracia, mais uma de suas falácias, pois o que se queria na época era substituir a ditadura militar pela do proletariado, Dilma certamente deve ter caído em gargalhadas das ridículas e chistosas escorregadelas dos ditadores. Agora, a própria tem-se superado e paga o preço, a cada discurso ou manifestação de improviso, o que deixa seus assessores e marqueteiros próximos do desespero.

Impressiona é que é uma atrás da outra. Já há até na internet uma relação das pérolas ditas por Dilma Rousseff, sagração da asneira e da ignorância. Vou além. Não tenho a menor dúvida de que a presidente tem dificuldade na formulação do raciocínio mais elementar e fica perdida numa espécie de confusão mental. Ingressa num verdadeiro labirinto cerebral, do qual não consegue escapar sem proferir as piores parvoíces do mundo. Creio que Dilma, a rigor e sem nenhum exagero, teria dificuldade de repetir uma sentença primária, daquelas que aprendemos nos primeiros anos do processo de alfabetização, do tipo “Ivo viu a uva” ou “A bola é azul”.

Algumas tiradas da presidente lulopetista merecem destaque. Sobre o dia das crianças, uma joia: “o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais, sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás”. Mas nada como a das “mulheres sapiens” e da saudação da mandioca. Vejam quanta originalidade: “Nós (nósss) somos do gênero humano, da espécie sapiens, somos aqueles que têm capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso aqui”, como introduçã o para falar sobre a bola, “que é o símbolo da nossa evolução, quando nós (nósss) criamos uma bola dessas, nos transformamos em homo sapiens ou mulheres sapiens”.

Não resisto e transcrevo o que a presidente disse sobre a Zona Franca de Manaus: “Ela está numa região. Ela é o centro dela porque ela é a capital da Amazônia”. Que coisa, hein! Vale encerrar com mais essa antológica: “A autossuficiência do Brasil sempre foi insuficiente”.

E por aí vai, quanto azar o nosso. Com Dilma, que disse que o papa é argentino, mas que Deus é brasileiro, dá para duvidar da anunciada nacionalidade divina. Pobre Brasil.(Paulo Figueiredo– Advogado, Escritor e Comentarista Político – [email protected])

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