A cassação de Melo e a pesquisa da Action – Por Paulo Figueiredo

Advogado Paulo Figueiredo (AM)

Com a cassação do governador José Melo e de seu vice Henrique Oliveira, pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE, a mais recente pesquisa realizada pela Action ganha inesperada atualidade. Excluindo-se o que deve ser excluído, vetada a candidatura de Oliveira nas eleições a serem marcadas no prazo determinado pela Justiça, tem-se uma nova e surpreendente realidade. Parece óbvio, mas não custa reiterar que os fenômenos e fatos políticos mudam com impressionante rapidez. Veja-se o que acaba de ocorrer com a decisão do TSE.
Pela leitura da pesquisa e em qualquer cenário, lidera a disputa para o governo o senador Eduardo Braga. Há várias hipóteses que conduziram as indagações, como recomenda a experiência, com vários nomes que entram e saem na relação de candidatos.


Advogado Paulo Figueiredo (AM)

No primeiro cenário, na consulta espontânea, quando o pesquisado é perguntado sobre em quem votaria na eleição, sem que lhe seja mostrada qualquer lista de postulantes, cabe destacar clara divisão em dois blocos de respostas. No primeiro bloco encontram-se empatados, em torno da margem de erro de 2,8%, as respostas que cravam em Braga, com 24,9%, Não Sabe Responder, com 23,9%, e Branco/Nulo/Nenhum, com 18,3%. No segundo, quase sem nenhuma margem ou diferença, também empatados, aparecem Marcelo Ramos, com 6,5%, Amazonino Mendes, com 4,9%, Omar Aziz, com 4,8%, e Arthur Neto, com 4,6%.

Na estimulada, quando é apresentado o rol de candidatos ao consultado, Eduardo Braga amplia a diferença em relação aos demais, nas várias situações possíveis postas pela empresa de pesquisa, tanto no turno inaugural, quando no turno decisivo.

Importa ressaltar o grande desgaste do nome do prefeito Arthur Neto, que é vencido com boa margem, em qualquer disputa e com qualquer dos candidatos viáveis. Fato que de igual modo merece destaque é o quadro amplamente desfavorável ao vice-prefeito Marcos Rotta, que perde com percentual bem dilatado para Marcelo Ramos, com placar de 42,5% para Ramos contra 24,2% para Rotta, sendo batido até mesmo para os brancos e nulos, que ficam com 27,3%. É de supor-se ou pode concluir-se que a queda vertiginosa nos índices de popularidade do prefeito de Manaus tenha certamente se transferido a seu vice, ambos em patamares elevados de rejeição, de 34,1% a 22,9%, respectivamente.

Outro candidato que a pesquisa revela como praticamente inviável é Omar Aziz, que é derrotado com folga por Braga e Marcelo Ramos, vencendo apenas Arthur Neto e com diferença apertada, bem próxima da margem de erro, que pode até sinalizar com empate técnico. Não custa lembrar que na espontânea, em valores numéricos, Aziz perde para Amazonino e fica na frente de Arthur por apenas dois décimos. Vale lembrar que Omar Aziz não poderá concorrer agora nas eleições determinadas pela Justiça Eleitoral, por impedimento legal.

Afastado o governador José Melo do poder, resta saber quem terá o apoio da máquina, que no Amazonas mostra-se avassaladoramente invencível, a ponto de ter eleito o próprio Melo. Em que pese os números da pesquisa, enfrentar o erário estadual, com seus pesados tentáculos espalhados na capital e pelos municípios do interior, será sempre um grande desafio, como a história tem demonstrado.

Finalmente, convém mensurar a rejeição dos candidatos potenciais, que pode impedir ou dificultar o crescimento de suas candidaturas. Deixando de lado figurantes sem a menor importância, eliminado Henrique Oliveira, os maiores índices ficam por conta de Arthur Neto e Omar Aziz, entre 34,1% e 32,7%, enquanto Marcelo Ramos tem o menor índice, ficando com 18,4%. Situam-se em faixa intermediária Marcos Rotta, com 22,9%, e Eduardo Braga, com 22,6%.

É este o panorama presente que a pesquisa da Action leva a seus consulentes, mais do que nunca ponderáveis, diante da castração dos mandatos de Melo e de Henrique. Os números não são tão animadores, uma vez que a diferença é estreita e não oferece segurança a quem no momento lidera a pesquisa, mas podem ser considerados atuais, retirando-se as gorduras porventura existentes. De mais a mais, deve-se evidenciar que nada é sólido e que tudo pode desmanchar-se no ar, como bolha de sabão. Portanto, todo cuidado é pouco.(Paulo Figueiredo é Advogado, Escritor e Comentarista Político – [email protected])

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