CDA apresenta o espetáculo ‘A que será que se destina?’, no Teatro Amazonas

Bailarinos do Corpo de Dança do Amazonas (CDA)/Fotos: Divulgação/SEC

Ao som da canção “Cajuína”, de Caetano Veloso, os bailarinos do Corpo de Dança do Amazonas (CDA) apresentam o espetáculo “A que será que se destina?” nesta terça-feira (20), às 20h, no Teatro Amazonas (avenida Eduardo Ribeiro, 659, Centro), com entrada franca. Criação coletiva do elenco da companhia, a coreografia busca uma aproximação do público propondo uma reflexão sobre vida e arte em forma de dança.
Em “A que será que se destina?”, os integrantes do CDA traduzem a sonoridade e a poesia de “Cajuína” numa coreografia baseada na linguagem da dança contemporânea. A partir da escolha da canção célebre de Caetano Veloso como trilha sonora, o trabalho de criação se desenvolveu como desdobramento de reflexões surgidas a partir da música.


“A canção inicia com essa pergunta metafísica, ‘Existimos: a que será que se destina?’. E várias questões surgiram daí: o que fazemos enquanto arte? Para que fazemos? Para quem? O que nos move como pessoas e como artistas?’”, conta Adriana Goes, bailarina, professora e assistente do CDA, que coordenou o trabalho de criação coletiva ao lado do também professor e assistente, André Duarte.

Estímulo à criação – “A que será que se destina?” resulta da iniciativa do CDA de incentivar o trabalho de seus bailarinos como intérpretes-criadores, segundo Adriana. “Iniciamos com experimentos em estúdio, num trabalho técnico e corporal com estímulos meus e de André. A partir daí, cada um desenvolveu suas criações de forma subjetiva”.

Bailarinos do Corpo de Dança do Amazonas (CDA)/Fotos: Divulgação/SEC

Os experimentos incluíram também apresentações ao público, com a execução de trechos de criações coreográficas em lugares como o Largo de São Sebastião. A pesquisa de trilha sonora para apoiar o trabalho começou também a partir desse momento.

“Fomos em busca de sonoridades que remetessem a uma dança mais popular, no sentido de ter proximidade com as pessoas. ‘Cajuína’ nos pegou primeiro pelo ritmo, mas também pela poesia e pela letra”, conta a professora assistente.

Interação com a plateia – Essa busca pela proximidade com o público também norteou o trabalho do elenco do CDA, inspirando uma coreografia em que os bailarinos quebram a barreira do palco para interagir com os espectadores. Contribui para isso o minimalismo da cenografia e do figurino, que evidencia o corpo e os gestos dos artistas em cena.

“O trabalho começa bem técnico e denso, com cada bailarino concentrado em si mesmo. Em dado momento, algum deles fura a bolha, e a coreografia se torna mais horizontal, mais próxima dos espectadores, com alguns bailarinos até saindo de cena e chamando as pessoas para dançar”, explica Adriana.

O ideal de um contato mais próximo do espectador se destaca não apenas em “A que será que se destina?”, mas em parte da produção recente do CDA, como explica Adriana, que integra a companhia desde sua criação, em 1998.

“O desejo de contemplar mais pessoas em nossas atividades nos levou, ao longo dos últimos dois anos, a iniciativas de contato mais próximo do público. Isso reverbera em nossa criação, e hoje buscamos não só produzir trabalhos em que as pessoas contemplem da plateia, mas também quebrar a barreira física, ocupando espaços públicos e levando a arte até elas”, aponta ela. “Queremos mostrar que estamos ali, que somos reais”.

 

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