Estudo realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil aponta que uso do dispositivo para trabalhar e estudar se intensificou nos últimos meses
A taxa de uso de smartphones no Brasil é expressiva há anos. De acordo com o relatório Estado de Serviços Móveis, desenvolvido pela consultoria App Annie, em 2019, o Brasil já ocupava o 5º lugar entre os países com uso diário de celulares no mundo.
Com a pandemia de Covid-19, no entanto, o smartphone se tornou o principal aparelho usado por estudantes e por trabalhadores, que tiveram mudanças em seus hábitos, sendo levados ao ensino remoto e ao home office. Este estudo foi divulgado na 3ª edição do Painel TIC Covid-19, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
A pesquisa revelou que, entre os estudantes, 37% usam o celular para fazer as atividades propostas e acompanhar as aulas. Neste grupo, ainda, 29% usam notebooks e 11% usam computadores. Já entre os trabalhadores, 41% usam o celular, 40%, o notebook, e 19%, os computadores convencionais.
Qualidade do dispositivo revela desigualdades
Ao fazer um recorte por classes sociais, é possível identificar diferenças. Entre as classes D e E, o ensino remoto é mais acessado por celulares (54%), e apenas 10% fazem uso de notebooks. Enquanto nas classes A e B, o percentual dos que usam notebooks é maior, com 45%, e aqueles que usam celulares caem para 22%.
Esses números podem ser explicados pelo valor de um smartphone comparado ao valor de um notebook, sendo os aparelhos celulares mais acessíveis, na maior parte dos casos.
Entre os trabalhadores, a mesma divisão acontece. Entre as classes D e E, 84% deles usam celulares, enquanto nas classes A e B, esse percentual é de 22%. O computador, seja notebook ou de mesa, é usado por 77% dos trabalhadores usuários de internet das classes A e B.
Vale destacar, ainda, que, diante da intensa necessidade de uso desses dispositivos, o serviço de seguro celular e manutenção de notebook também alavancaram vendas nos últimos meses. Segundo a Federação de Seguros Gerais (FenSeg), as vendas por proteção para celulares pela internet aumentaram cerca de 90%.
Metodologia
A pesquisa do CGI.br foi realizada considerando um total de 2.728 entrevistados, todos cidadãos brasileiros e usuários de internet, com idade mínima a partir de 16 anos. O estudo foi desenvolvido entre 10 de setembro e 1º de outubro deste ano, de forma online e por telefone.