Cesta Básica de Manaus apresenta ligeira alta, em setembro, segundo Dieese

Produtos da cesta básica, em Manaus
Produtos da cesta básica, em Manaus
Produtos da cesta básica, em Manaus

No mês de setembro, o custo da cesta básica de Manaus apresentou ligeira alta no seu preço comparativamente ao mês anterior ficando em R$ 302,49 de acordo com pesquisa realizada pelo DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e EstudosSocioeconômicos. Com a redução do valor da cesta a capital amazonense se mantém como a 7°cesta mais cara dentre as 18 capitais onde é realizada a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, seguindo definições do Decreto-Lei 399, de 30 de abril de 1938.

O preço da cesta básica de Manaus, composta por 12 produtos, apresentou alta de 0,26% em relação ao mês de agosto. No mês anterior o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$ 301,72. Em setembro de 2013 a cesta básica custou R$ 304,33.


Poder de compra do Salário Mínimo em Manaus

Comparativamente com agosto de 2014 um trabalhador que ganha um salário mínimo em Manaus comprometeu, em agosto, 45,41% de seu rendimento líquido – R$ 666,08 após o desconto de 8% referente à contribuição previdenciária – com a aquisição dos alimentos básicos. Em agosto o comprometimento foi de 45,30%. Este mesmo trabalhador precisou trabalhar 91 horas e 55 minutos para comprar a cesta básica em setembro. Em agosto a jornada exigida era de 91 horas e 41 minutos. Em setembro, para comprar os gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou realizar, na média das 18 capitais pesquisadas, jornada de 89 horas e 52 minutos, tempo ligeiramente inferior às 90 horas e 07 minutos registrado em agosto. Em setembro de 2013, a jornada comprometida era um pouco maior, já que naquele mês foram necessárias 90 horas e 42 minutos.

A alimentação básica de uma família manauara custa R$ 907,47

O custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 907,47 durante o mês de setembro. Esse valor equivale a aproximadamente 1,25 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 724,00. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família foi de R$ 905,16.

Salário mínimo necessário é R$ 2.862,73

Com base no custo apurado para a cesta mais cara, a de Florianópolis, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro deste ano, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.862,73, ou seja, 3,95 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724,00. Em agosto, o mínimo necessário era de R$ 2.861,55, as mesmas 3,95 vezes o piso vigente. Em setembro de 2013, era menor e correspondia a R$ 2.621,70, ou 3,87 vezes o mínimo da época (R$ 678,00).

Comportamento dos preços

Na capital amazonense, a cesta básica custou, em setembro, R$ 302,49. Sete produtos apresentaram alta, quatro diminuíram seus preços e um produto não apresentou variação no mês analisado, influenciando o custo total da mesma que ficou 0,26% mais cara no mês. A farinha (3,52%) foi o produto que apresentou maior alta no mês seguido do pão (1,78%), do tomate (0,93%), do café (0,72%), da carne (0,65%) do açúcar (0,53%), e do arroz (0,35%). Com (-4,13%) a banana foi o produto que apresentou a maior redução no mês seguido da manteiga (-1,69%), do óleo (-1,52%) e do feijão(0,26%) e o leite não teve seu preço alterado no mês analisado.

A farinha foi o produto que apresentou a maior alta no mês de setembro na capital amazonense, interrompendo um período de 8 meses seguidos de queda. Mesmo assim em 12 meses, acumula queda de (-36,55%), e no ano de (-34,08%). Dificuldades na colheita da raiz
diminuiu a oferta aumentando o preço do produto.

Em setembro, carne, arroz e pão francês foram alguns dos produtos que tiveram maior frequência de aumento nas capitais pesquisadas. Já o óleo de soja e o feijão mostraram redução na maior parte das localidades.

O tomate teve um ligeiro aumento em Manaus de (0,93%) em setembro. Em 12 meses, todas as capitais mostraram aumento, exceto Campo Grande (-40,97%). A oferta do produto se estabilizou depois da safra de inverno que atingiu o pico em agosto fazendo com que o preço do produto no varejo se mantenha estável. No ano o produto apresenta variação de (1,12%) em Manaus e nos últimos 12 meses variou (13,68%).

A carne bovina, em pleno período de entressafra, apresentou aumento de preço em todas as regiões pesquisadas. As maiores elevações foram registradas em Goiânia (6,58%), Belo Horizonte (5,95%) e Florianópolis (5,29%). As menores elevações aconteceram em Salvador (0,35%) e Manaus (0,65%). Em 12 meses, todas as cidades também acumularam altas que variaram entre 33,48% (Florianópolis) e 2,79% (Manaus).

O preço do arroz aumentou em Manaus em 0,35%. Em 12 meses, apenas quatro cidades mostraram redução: Belém (-5,48%), Porto Alegre (-3,11%), Salvador (-2,87%) e Manaus (-1,69%). No ano a queda acumulada foi de (-2,79%) A demanda pelo grão segue aquecida, uma vez que os produtores não têm interesse de negociar com as cooperativas e moinhos, pois têm expectativa de aumento do preço e, com isso, houve alta no varejo. A banana por sua vez apresentou a maior queda no mês, recuo seu preço em (-4,13%).

No ano o produto apresenta variação de (5,66%) e nos últimos 12 meses de (5,93%). Uma maior oferta do produto vem contribuindo para a redução paulatina do preço do produto.

O preço do óleo de soja diminuiu em todas as cidades, exceto no Rio de Janeiro, onde não variou. A tendência de queda se repete pelo segundo mês consecutivo. As maiores retrações foram observadas em Belo Horizonte (-6,36%), Belém (-5,73%). A menor taxa negativa foi a de Goiânia (-1,16%) bem próximo da retração em Manaus de (-1,52%). Em 12meses, o preço do produto ficou estável em Manaus com variação de 0,93%. O grão da soja vem perdendo valor, em virtude das boas colheitas e das expectativas de aumento da safra 2014/2015, o que tem impacto no preço do óleo no varejo.

Preço da carne sobe em todas as capitais

Em setembro, os preços do conjunto de bens alimentícios essenciais diminuíram em 11 das 18 cidades onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. As maiores quedas foram registradas em Recife (-1,99%), São Paulo (-1,39%), Natal (-1,18%), Campo Grande (-1,13%) e Salvador (-1,02%). As altas foram apuradas em Goiânia (1,36%), Aracaju (1,15%), Brasília (1,10%), Porto Alegre (0,62%), Manaus (0,26%) e Florianópolis (0,04%). Em Belo Horizonte, o valor da cesta quase não variou (0,01%).

Florianópolis foi a cidade onde se apurou o maior valor para a cesta básica (R$ 340,76). A segunda maior cesta foi observada em São Paulo (R$ 333,12), seguida por Vitória (R$ 328,33). Os menores valores médios da cesta foram verificados em Aracaju (R$ 233,18), Salvador (R$ 263,63) e Natal (R$ 267,39).

Variações acumuladas

No acumulado dos primeiros nove meses de 2014, 11 capitais apresentaram alta no valor da cesta básica. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (7,57%), Florianópolis (6,71%), Recife (3,82%), João Pessoa (3,77%) e Brasília (3,73%). As reduções foram verificadas em Campo Grande (-5,37%), Belo Horizonte (-2,79%), Natal (-2,18%), Manaus (- 1,70%), Salvador (-0,57%), Porto Alegre (-0,46%) e Curitiba (-0,08%).

Em 12 meses, entre outubro de 2013 e setembro último, 16 cidades tiveram variações positivas, com destaque para Florianópolis (21,23%), Rio de Janeiro (10,55%) e Vitória (8,88%). As retrações ocorreram em Campo Grande (-1,91%) e Manaus (-0,60%).(Dieese/Manaus)

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