Depois de ser preso e não conseguir mais sair da prisão, o médico Mouhamed Moustafa, preso em setembro de 2016 na “Operação Maus Caminhos” acusado de desviar mais de 100 milhões de reais da saúde do Estado, agora está alegando a maior pobreza.
Que mudança radical para uma pessoa que antes era só ostentação. Mohamed costumava desfilar na cidade em carrões importados, morava em uma mansão, e gastava verdadeiras fortunas em festa que ele próprio promovia.
Hoje, por meio de parentes e de seu advogado de defesa, Mohamed alega estar em dificuldades, não ter os milhões que a Polícia e a Justiça alegam que ele tenha, para bancar os próprios custos, incluindo advogados e as despesas com familiares que dependiam e ainda dependem dele.
Mas não é bem assim que entende a Justiça. A juíza da 4º Vara Federal Ana Paula Serizawa vem insistentemente negando pedido de liberação de bens do médico acusado de ser o grande “chefão” do esquema da operação “Maus Caminhos”.
Ao negar os pedidos, a juíza argumenta que não existe nenhuma prova de que Mohamed esteja passando por dificuldade e muito menos que tenha se desfeito de uma hora pra outra do grande patrimônio rastreada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral (CGU).
Além disso, a juíza acha possível que nem tudo que o médico conseguiu foi apreendido ou esteja bloqueado pela Justiça.
Ao deflagrarem em setembro de 2016, a PF descobriram que Mouhamed e os demais envolvidos na “Operação Maus Caminhos” desviaram mais de R$ 100 milhões da Saúde. Foram apreendidos ainda vários carros de luxo, lancha, jóias, muito dinheiro, e até um avião. Todos esses bens estão bloqueados. Mas muita coisa, a PF e a Justiça acredita que muitos outros bens ainda não apareceram por terem sido escondidos pelos envolvidos, incluindo Mouhamed.
