
A cheia do Rio Solimões tem impactado diretamente a rotina dos estudantes em Benjamin Constant, município localizado no extremo oeste do Amazonas, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. A cidade está entre os 28 municípios que decretaram estado de emergência devido à elevação do nível dos rios no estado. De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, neste domingo (25), o nível do Solimões na região chegou a 12,55 metros.
Segundo a prefeitura, muitos alunos passaram a depender de embarcações para chegar às escolas. Apesar das dificuldades, o governo do Amazonas informou que as aulas continuam, com o transporte escolar sendo adaptado para atender à nova realidade.
Com o avanço das águas, crescem também os riscos à saúde da população. Há alerta para casos de afogamentos, acidentes com animais peçonhentos e doenças decorrentes do contato com água contaminada. Um dos principais problemas enfrentados é o aumento de doenças gastrointestinais.
Apenas nos primeiros 15 dias de maio, Benjamin Constant registrou mais de 400 casos dessas doenças — número que praticamente iguala todas as notificações feitas em abril.
A pesquisadora Geise Canalez, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), explica que estudos realizados na região apontam contaminação das águas do rio Javari — que banha o município — durante o período de cheia.
“Altos índices de coliformes fecais são o primeiro sinal de alerta para a saúde humana, principalmente de crianças, idosos e pessoas mais vulneráveis. Esses níveis comprometem a potabilidade da água, e até o simples banho pode causar contaminações, não apenas a ingestão ou o uso na alimentação”, destaca a pesquisadora.
Fonte: g1/Amazonas