
A cheia dos rios no Amazonas continua avançando e já impacta 118.474 pessoas, segundo boletim mais recente divulgado pela Defesa Civil do Estado, na última quinta-feira (24). O número corresponde a 29.620 famílias afetadas. Apesar da situação, o secretário adjunto da Defesa Civil, coronel Clóvis Araújo, afirmou que, neste ano, a previsão é de uma “cheia leve a moderada”.
Conforme o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, as nove calhas dos rios no estado seguirão em processo de cheia até junho.
Atualmente, dez municípios estão em situação de emergência:
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Humaitá (Rio Madeira) – 23,67 metros
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Apuí (Rio Madeira) – nível não divulgado
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Manicoré (Rio Madeira) – 27,37 metros
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Boca do Acre (Rio Purus) – 13,80 metros
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Guajará (Rio Juruá) – 9,70 metros
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Ipixuna (Rio Juruá) – 12,63 metros
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Novo Aripuanã (Rio Madeira) – nível não divulgado
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Benjamin Constant (Rio Solimões) – nível não divulgado
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Borba (Rio Madeira) – 21,50 metros
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Tonantins (Rio Amazonas) – 15,86 metros
Além disso, 36 municípios estão em estado de atenção, 16 em estado de alerta e nenhum em situação de normalidade.
Fatores climáticos
De acordo com o meteorologista e pesquisador Leonardo Vergasta, dois fenômenos explicam o aumento no volume dos rios: o Inverno Amazônico, que provoca chuvas acima da média e deve durar até o fim de maio, e o fenômeno La Niña, que terminou em abril. O La Niña resfriou as águas do Oceano Pacífico, intensificando as chuvas na Região Norte.
“A gente teve, no início de 2025, a atuação do efeito La Niña, que é o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial. Isso aumenta a intensidade das chuvas na região, e coincidiu com o nosso período chuvoso. Desde fevereiro, toda a bacia amazônica registrou chuvas acima da normalidade”, explicou Vergasta.
Fonte: g1/Amazonas