Chineses poderão responder por inundação em cidade do Amapá

Cachoeira Caldeirão é apontada como possível responsável pela inundação, em 2015.
Cachoeira Caldeirão é apontada como possível responsável pela inundação, em 2015.
Cachoeira Caldeirão é apontada como possível responsável pela inundação, em 2015.

A Polícia Civil do Amapá deverá indiciar dois chineses que seriam sócios na empresa Cachoeira Caldeirão, apontada como possível responsável pela inundação, em maio de 2015, de parte de Ferreira Gomes, a 137 quilômetros de Macapá.


Segundo a Delegacia de Meio Ambiente (Dema), o indiciamento deve-se pela falta de comunicação da Cachoeira Caldeirão, à época, com as outras hidrelétricas que existem no rio Araguari, o que seria um dos motivos para a cheia ter atingido mais de mil pessoas. O nível do rio subiu após a hidrelétrica ter liberado o volume de água represada no empreendimento, aponta a investigação.

A empresa não comenta sobre o inquérito em andamento na Polícia Civil.

Inicialmente, a Polícia Civil informou que indiciaria os engenheiros responsáveis pelaobra. Eles, no entanto, deixarão de responder por serem contratados da empresa, sem poder de decisão, informou a polícia. O crime apontado é de inundação culposa com pena variante entre seis meses a dois anos de detenção.

Para interrogar os chineses, a polícia informou que precisa de cooperação da embaixada do país asiático no Brasil. Ainda não tem data para eles serem ouvidos no Amapá.

“Os diretores sócios da empresa Cachoeira Caldeirão são chineses. Então vou entrar em contato com a embaixada para trazê-los. A responsabilidade ali foi da hidrelétrica com os sócios. Os engenheiros são prepostos. Então a empresa responde por eles”, disse o delegado Sávio Pinto.

As investigações da Polícia Civil também apuraram que a Cachoeira Caldeirão armazenou de forma equivocada o volume do rio na ensecadeira, estrutura construída para proteger a obra da água.

As afirmações da Polícia Civil do Amapá são com base em documentos, oitivas de engenheiros das hidrelétricas e vistorias nos locais atingidos em Ferreira Gomes. O inquérito depois será entregue ao Ministério Público (MP) do Amapá.

O nível do rio Araguari, em Ferreira Gomes, subiu em 7 de maio 5,5 metros, segundo a Defesa Civil, e invadiu em poucos minutos ruas e imóveis no município. A água inundou residências e prédios públicos.
A enchente aconteceu após a liberação do volume de água represada na hidrelétrica Cachoeira Caldeirão, uma das três existentes ao longo do rio Araguari. No mesmo dia, o prefeito de Ferreira Gomes, Elcias Borges (PMDB), decretou situação de emergência.

A Defesa Civil Estadual informou em 8 de maio que 44 famílias estavam abrigadas em escolas e creches de Ferreira Gomes. Mais de 1,4 mil pessoas, segundo a prefeitura de Ferreira Gomes, foram atingidas.

(JORNAL DE FLORIPA)

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