Choro e homenagens na despedida do ‘Fabuloso’ do São Paulo

O choro de Luis Fabiano, na despedida/Foto: Divulgação

“Estou morrendo um pouquinho”. Assim Luis Fabiano definiu a sua última entrevista coletiva como jogador do São Paulo, concedida na manhã de hoje, sexta-feira, no CCT da Barra Funda, que marca a despedida dele do clube, pelo qual mais atuou em toda sua carreira. Emocionado, o camisa 9 assistiu a vídeos em sua homenagem, recebeu presentes, e pôde cumprimentar publicamente nomes como o goleiro Rogério Ceni e o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva.
A homenagem foi organizada pela equipe de comunicação do clube e apresentada a ele logo após o encerramento do treino do elenco. Fora da partida contra o Goiás , no domingo, no Serra Dourada, devido a dores no joelho direito, o centroavante não segurou o choro ao receber tantas láureas pela sua passagem no clube, mas fez questão de ressaltar no final. “Não sei por que estou deixando o São Paulo”.


“Fui representante dentro do campo de todos os torcedores do São Paulo. Tentei honrar a camisa da melhor forma possível, tentei jogar com raça os jogos da melhor forma possível. A torcida do São Paulo se identifica com o Luis Fabiano pela minha história, pela luta, por ser representante deles. Independentemente de número de gols ou de qualquer outra coisa”, comentou o jogador, deixando tão de lado os resultados dentro de campo para eleger uma frase como sua marca mais importante.

Em 2003, na semifinal da Copa Sul-Americana, ele acabou expulso após uma briga generalizada entre jogadores do Tricolor e do River, no Morumbi, em duelo que acabou dando a classificação para os argentinos, nos pênaltis. Justamente fora da batida das penalidades, o Fabuloso, à época com 23 anos, declarou antes do resultado final que preferia “ajudar os companheiros na briga do que bater o pênalti”.

“Sou praticamente um poeta, né? (risos)”, brincou o camisa 9, antes de explicar porque acredita que nenhum torcedor irá esquecer aquelas palavras. “Acho que aquilo resume o que eu pensei todas as vezes em que entrei em campo pelo São Paulo . Quando eu estou lá dentro, eu estou com os meus companheiros até o final, aconteça o que acontecer. Faço de tudo para defender quem está do meu lado”, revelou.

Enquanto respondia a essa pergunta, o Fabuloso acabou interrompido por Rogério Ceni, que fez questão de aparecer na ocasião destinada ao companheiro para abraçá-lo e desejar “todo sucesso do mundo” ao atacante. Antes de começar a responder os questionamentos, o avante já havia recebido algumas palavras de carinho de Leco, que o entregou uma miniatura do Morumbi e um livro de fotos que retrata sua passagem pelo São Paulo. Depois, uma sócio-torcedora lhe entregou um quadro feito especialmente para ele.

“Vai ser difícil, complicado deixar o clube que eu tanto amo, no qual realizei o sonho de jogar. Mas a vida continua. Os primeiros meses vão ser duros. Eu tinha o costume de vir ao CT todo dia, conversar, ir para lá, voltar, falar com quem aparecesse na minha frente. Vai ser difícil. Espero ter forças para seguir e onde eu for, conseguir jogar do mesmo jeito”, projetou o ídolo, que recebeu mensagens por vídeo dos ex-companheiros Kaká, França, Reinaldo, Lucas e Daniel Alves.

Com 352 jogos pelo clube, Luis soma 212 gols com a camisa tricolor, sendo 125 deles dentro do estádio do Morumbi. Lá, por sinal, ele é o segundo maior artilheiro da história, ficando apenas oito gols atrás de Serginho Chulapa. No retrospecto geral do São Paulo, ele cai uma posição, perdendo para, além do próprio Serginho, Gino Orlando, atleta dos anos 50 e 60.

A falta de títulos, porém, é outra marca deixada por ele. Mesmo com números expressivos, ele tem apenas duas taças conquistadas pelo clube: o torneio Rio-São Paulo de 2001 e a Copa Sul-Americana de 2012. “Não saio realizado porque faltou ganhar algumas coisas. Mas acho que isso já estava traçado, então vou só celebrar o que vivi aqui”, encerrou.(Terra)

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