Cientistas investigam se pets estão transmitindo superbactérias para seus donos

Foto: Recorte

Um grupo de cientistas que investigou o envolvimento de cães e gatos na transmissão de bactérias multirresistentes a antibióticos para seus donos concluiu que esse é um fenômeno que pode ocorrer, mas aparentemente é raro.


A conclusão saiu de um estudo realizado na Alemanha com 2.891 pacientes hospitalizados, incluindo pessoas que possuíam cães ou gatos e outras que viviam sem animais em casa. Entre os 30% de voluntários que testaram positivo para a presença dos microorganismos patógenos, os cientistas identificaram quatro casos aparentes de transmissão entre humanos e pets.

“Nosso estudo mostrou que a transmissão de organismos multirresistentes a drogas entre pacientes hospitalizados e seus animais de estimação é possível, mas é de modo geral rara”, afirmam os autores em artigo sobre o trabalho, publicado neste sábado para apresentação no Congresso Europeu de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, realizado em Copenhague.

Liderados pela cientista Carolin Hackmann, do Hospital-Universidade Charité de Berlim, os pesquisadores afirmam que, apesar do risco, a presença de pets não teve correlação com taxas de infecção por superbactérias nos pacientes que deram entrada em hospitais.

Também não está claro além disso, qual via de transmissão foi mais comum: a dos pets para os donos ou dos donos para os pets.

A pesquisa foi motivada por trabalhos anteriores dos pesquisadores mostrando que algumas categorias de ração podem transmitir bactérias super-resistentes para os bichos, que passam a carregar esses patógenos mesmo aparentando estar saudáveis.

O Departamento Federal de Saúde da Alemanha ajudou a bancar a nova rodada de estudos, mas a preocupação não pareceu se traduzir de maneira imediata em risco para quem possui animais domésticos.

“Nem a posse de gatos nem a de cães foi um fator de risco relevante para prevalência de organismos multi-resistentes a drogas e nossa amostragem”, escreveram Hackmann e colegas no trabalho.

Dos pacientes hospitalizados, 11% daqueles portadores de superbactérias eram donos de cães, e 13% daqueles que testaram negativo para os patógenos também tinham cachorros. Já os donos de gatos eram 9% entre os infectados e 13% entre os não infectados.

A correlação foi até um pouco negativa, mas os cientistas afirmam que não estão ainda totalmente confiantes nos dados. Para investigar possíveis vias de transmissão, os próprios donos colhiam amostras de fezes e saliva de seus pets para ajudar na pesquisa, sem recorrer a profissionais para garantir a qualidade da coleta.

Dos mais de 400 bichos de estimação testados, a taxa de contaminação por bactérias super-resistentes foi de 15% entre os cachorros e 5% entre os gatos.

Os cientistas concentraram a avaliação em quatro tipos diferentes de microorganismos, linhagens resistentes das bactérias dos gêneros Staphylococcus, Enterococcus e da ordem Enterobacterales.

O artigo preliminar divulgado pelo Charité ainda não passou por revisão independente, mas já foi submetido para publicação, afirmam os cientistas.

Fonte: Edenevaldo Alves

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