Circuito Master de Natação homenageia Cláudia Nobre, em Manaus

A campeoníssima Cláudia Nobre, ainda na piscina/Foto: Mauro Neto

No próximo sábado (27), acontece o Circuito Master de Natação Paulo Caju, etapa Cláudia Nobre, competição que já se tornou tradicional para os principais nadadores do Estado, com início às 08h30, na Aquática Amazonas, localizada na Av. Efigênio Salles, no bairro do Aleixo.
Para a competição, que recebe apoio da Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), são esperados mais de 60 atletas, que vão brigar braçada à braçada pelo lugar mais alto do pódio.


Pelo Circuito, estarão em disputa seis provas, sendo 200m livre, 50m costas, 50m peito, 50m borboleta, 50m livre, 100m medley, todas nas categorias Pré-Master (de 20 a 24 anos) e Master (de cinco em cinco anos, até 65+). E aqueles que desejarem participar da competição, as inscrições estão abertas até esta quinta-feira, dia 25, ao valor de R$15 por prova e o pagamento pode ser realizado na Aquática Amazonas até às 20h.

“Nossa ideia com este circuito é de manter a turma em constante preparação, pois muitos deles fazem treinamento e necessitam desse objetivo de disputa. O evento com toda certeza será bastante competitivo e ainda leva o nome de dois eternos atletas que são referência da natação amazonense e merecem ser lembrados”, disse o organizador do evento, Pierre Gadelha.

A campeoníssima Cláudia Nobre, ainda na piscina/Foto: Mauro Neto
…e ao lado da filha Isabela Nobre/Foto: Mauro Neto

Cláudia Nobre, a homenageada

Dentre tantos atletas que estarão no Circuito, a homenageada da etapa, Cláudia Nobre, é uma das que chama atenção. Isso porque, ela e sua família colecionam uma trajetória importante na modalidade e, não à toa, tem o nome marcado nesta competição e irá fazer uma apresentação especial no sábado.

Cláudia iniciou na modalidade aos oito anos de idade, depois que se afogou num igarapé que ficava atrás do clube Guanabara. Com 11 anos, ela participou pela primeira vez dos Jogos Escolares do Amazonas (Jeas) e, com 12, foi atleta revelação da competição interescolar, época em que começou a se projetar tambem nacionalmente, passando pelo Norte-Nordeste, Brasileiro, Copa Norte-Sul- América e outros.

“No lugar que hoje é a Aquática Amazonas, era o clube Guanabara. E certo dia, brincando no igarapé, me afoguei e meus pais tiveram a preocupação de me colocar na aula de natação. Na época, meus professores eram o Taner Verçosa e o tio Hélio. Participei do Jeas aos 11 anos, e aos 12 vivi um dos meus grandes momentos quando fui eleita atleta revelação, após conquistar ouro pelos 100m medley, pelo Colégio Auxiliadora. Isso foi a porta de entrada para as pessoas me conhecerem. Com 13, fiz minha estreia nacional no Norte-Nordeste, na Paraíba, e na época ainda passei numa seletiva para a Copa Norte-Sul-América, que era super importante, no Rio de Janeiro”, contou.

Se Cláudia fez sucesso na piscina, em águas abertas não foi diferente. Aos 13 anos, ela disputou a Travessia Almirante Tamandaré e ficou em terceiro. Um ano depois, ela evoluiu e faturou medalha de ouro ao lado do colega Jefferson Mascarenhas, que competia pelo masculino. Anos mais tarde, a nadadora ainda fez história ao vencer as Olimpíadas Industriais do Amazonas, pela Sharp, época em bateu recorde, e em 1982 ainda realizou a façanha de ser campeã brasileira das escolas técnicas federais.

“Eu disputei a Almirante durante três anos seguidos, aos 13, 14 e 15 anos, sendo terceiro, primeiro e segundo lugar, respectivamente. Naquela época, o evento era muito forte, pois a gente enfrentava 7, 5 Km, e atletas de fora participavam. É uma época que guardo com carinho, assim como quando fui campeã das Olimpíadas Industriais do Amazonas, o qual detenho o recorde até hoje pelos 50m costas, e quando ganhei o título nacional pela Escola Técnica Federal, onde era treinada pelo Aly Almeida. Foram bons tempos e que conheci muita gente, como o Paulo Caju, que foi um grande amigo e de quem sentimos falta”, disse.

Depois de exercer com excelência a carreira como atleta, Cláudia foi ser professora de natação aos 19 anos, e passou por clubes importantes, como Olímpico, Pinóquio e Nacional. Em 1991, ela se despediu da natação para se dedicar a sua profissão de formação, que foi o Direito, e só retornou as piscinas novamente com seus filhos, como mãe de atleta, quando acompanhou o clã, Orleans Neto, Igor Nobre e Isabelle Nobre Lisboa, esta última um potencial no esporte.

“Meus dois filhos iniciaram na natação, mas não continuaram, foram para o polo aquático. Já a Isabele começou na natação, não parou, e sempre enxergamos nela um potencial muito grande.  Ela parece muito comigo, o estilo livre dela é igual ao meu e é muito bom reviver isso. É gratificante e é algo dela, ela gosta da natação e acho que isso já está no DNA”, destacou Cláudia, que agora, ao invés de acompanhar a filha nos treinos, viu os papéis se inverterem e recebe a parceria da mais nova para continuar no esporte.

“Agora está tendo uma troca. Voltei a nadar há um mês e a Isabelle está me incentivando, pela minha saúde e também por essa homenagem que vou receber. Quando retornei ao meu treino foi muito emocionante, mas também senti meu corpo todo doído, daqui alguns meses creio que já estarei mais adaptada e estou muito animada com a minha apresentação no Circuito de sábado. Para mim, vai ser voltar no tempo e tenho certeza que vou guardar para o resto da minha vida”, frisou Cláudia.

Ao lado da mãe, dividindo a tarefa de companheira, amiga e quase técnica, Isabelle Nobre é só orgulho da matriarca da família. “Nossa família ficou muito feliz com o convite dela ser homenageada no Circuito e foi algo que a incentivou a voltar para a natação. Estou muito feliz pela minha mãe, ela já emagreceu, e estamos fazendo um pouquinho de mais de uma hora de treino, passo para ela pernada, tudo que posso ajudá-la, como ela já me auxiliou e continua. Sou muito abençoada de seguir os passos dela e de ter ela como minha fã número um, assim como sou dela”, celebrou Isabelle.

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