Cirurgias bariátricas na FHAJ já alcançam média dos últimos três anos

Pacientes reunidos na FHAJ/Foto: Alfredo Fernandes
Pacientes reunidos na FHAJ/Foto: Alfredo Fernandes
Pacientes reunidos na FHAJ/Foto: Alfredo Fernandes

A realização de cirurgias bariátricas pela rede pública estadual de saúde do AM, já alcançou em 2014, a média dos últimos três anos.

A Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), unidade da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), referência no procedimento, realizou 19 cirurgias de janeiro a julho e deve promover mais 15 até o final do ano, segundo o secretário estadual de Saúde, em exercício, José Duarte dos Santos Filho, que diz que, de 2011, quando o procedimento começou a ser oferecido, até este ano foram 81 cirurgias, que na rede particular têm valor mínimo estimado em R$ 15 mil.


De acordo com a coordenação do programa de cirurgias bariátricas da FHAJ, o procedimento é oferecido a pacientes que atendem critérios como estar com o Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40 e possuir alguma doença crônica causada ou agravada pelo excesso de peso, como diabetes e hipertensão. Atendendo a esses critérios, o paciente passa por avaliações para iniciar o processo de preparação para a cirurgia.

A cada seis meses são selecionados 60 pacientes, que já estão em um cadastro feito previamente a partir dos critérios estabelecidos, para que seja iniciado o processo de preparação. O tempo de preparação varia para cada paciente, que passa por diversos exames e consultas com médicos endocrinologista e cirurgião, além de receber acompanhamento de outros profissionais como nutricionistas, que trabalham a reeducação alimentar dessas pessoas, e fonoaudiólogos e psicólogos, que realizam sessões também preparatórias para a mudança que a cirurgia provoca na vida de quem se submete a ela.

A coordenadora do programa, Simone Abrahim, explica ainda que todos os pacientes, durante esse processo, precisam perder 10% do peso, para só então serem liberados para a realização da cirurgia. Ela destaca que as pessoas que se disponibilizam a passar pelo tratamento precisam mudar de forma drástica o estilo de vida que levam.

“Os pacientes precisam ter disciplina e entender que a vida deles, após a cirurgia, vai mudar completamente. Nesses quase três anos nós não temos nenhum caso de pessoas que voltaram a engordar depois da cirurgia bariátrica”, ressalta, pontuando que a família do paciente também precisa passar por esse processo de reeducação. Para isso, filhos, maridos, esposas, pais, sobrinhos também participam do acompanhamento nutricional e psicológico.

Simone afirma que a cirurgia provoca mudanças significativas na qualidade de vida das pessoas e lembra que, em alguns casos, os pacientes nem chegam a passar pelo procedimento operatório. “Muitos pacientes desistem de fazer a cirurgia ou porque percebem que não vão conseguir manter o estilo de vida, ou porque acabam emagrecendo e não veem mais necessidade no procedimento”, disse a coordenadora, ao ressaltar ainda que algumas pessoas, durante os exames, descobrem doenças graves, o que as fazem desistir da operação.

Mudança de vida – Entre os pacientes que já passaram pela cirurgia bariátrica, ou até mesmo que ainda estão na fase de preparação, uma opinião é unânime: a mudança radical que o procedimento provoca na vida dos pacientes e dos seus familiares. A instrutora de educação física Adriana Sales dos Santos, 42 anos, se submeteu a operação há pouco mais de um mês e já pode sentir os efeitos positivos.

Ela, que ao entrar no programa pesava 120 quilos, já eliminou dez quilos desde que recebeu alta, no mês de julho. Adriana faz questão de ressaltar que já buscava a realização do procedimento há algum tempo, mas que por questões financeiras não tinha conseguido. “Por conta da minha profissão eu já vinha buscando emagrecer há algum tempo e já tinha pesquisado valores, mas se não fosse esse programa do governo, eu não conseguiria, porque o valor é muito alto, além dos vários exames necessários”.

A funcionária pública Elaine Maria Ribeiro, 44 anos, que pesava 115 quilos no início do processo de preparação e está com cirurgia marcada para a próxima semana, também destaca a importância do serviço. “Eu estou muito ansiosa por esse momento, porque eu tenho esperado bastante. É muito complicado você sofrer com problema de peso, sentir dores nos joelhos, que o médico já disse que é por conta do peso. Então essa cirurgia veio em boa hora”.

Procedimento – A técnica cirúrgica utilizada no programa é chamada de bypass gástrico. O cirurgião Márcio Cortez explica que o método é realizado por vídeolaparoscopia, uma cirurgia minimamente invasiva, em que pinças são introduzidas em pontos específicos e a operação é executada, sem que precise fazer qualquer tipo de abertura no abdômen do paciente. Há também a realização de cirurgia convencional, ou seja, cirurgia aberta.

O cirurgião explica que o estômago do paciente é dissecado e reduzido em 95% do tamanho, ficando com uma capacidade de 50 mililitros. Em seguida, é feita uma ligação entre o novo estômago e o intestino, que é encurtado em aproximadamente 1,20 metros. “Com isso o paciente vai ingerir bem menos alimentos e desabsorver uma porção do intestino que absorve bastante açúcar, lipídios e gorduras. Com isso a gente tem uma perda média nos 18 meses seguintes em torno de 80% do excesso de peso”.

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