CMM rejeita inclusão sobre igualdade de gêneros em escolas de Manaus

Após mais de 12 horas de votação, os vereadores não aceitaram a inclusão da emenda que incluiria o projeto de igual e diversidade de gênero na grade curricular em escolas municipais de Manaus. O projeto foi rejeitado por unanimidade pelos vereadores em votação no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), no fim da noite desta segunda-feira (22).


Desde o início desta manhã, Waldemir José (PT) e professor Samuel (sem partido) apelaram ao presidente da casa Wilker Barreto (PHS) para que a sessão fosse adiada, com a apreciação das 109 emendas do Plano Municipal de Educação, mas a maioria dos vereadores, um total de 28, apoiou para que o assunto fosse concluído ainda nesta segunda, do contrário seria perdido o prazo máximo dado pelo governo, para que a conclusão até a próxima quarta-feira (24).

Os pontos que mais geraram discussões foram as proposições 4, 15 e 16 da lei 190/2015 que tratava da inclusão da Ideologia de Gênero nas escolas do município, gerando debates acalorados entre vereadores e manifestantes dos movimentos em defesa da LGBT’s.

Conforme o texto, a ideologia de gêneros teria que ser discutida dentro de sala de aula e recursos deveriam ser aplicados para a capacitação de profissionais da educação para trabalhar com a temática.

Segundo o vereador Amauri Colares (PROS) um consenso já havia sido construído para que fosse retirado os parágrafos que determinam que a abordagem fosse feita pela escola, e a vereadora Pastora Luciana (PP), defendeu que é papel dos pais orientar sexualmente os filhos, e não as escolas.

O vereador Joãozinho Miranda (PTN), afirmou que ‘estão querendo impor’ à sociedade a questão da sexualidade nas vida das crianças. “Vou esperar a criança crescer para dar um nome masculino ou feminino? De que forma daremos a cidadania a essa criança?”, questionou Joãozinho Miranda.

Para o vereador, “não se pode desvirtuar a base, a família”. “Quando a criança crescer e fizer sua opção de gênero é outra coisa, respeito qualquer pessoa, mas impor o que uma pessoa tem que ser não faz sentido. Não cabe a escola nem ao Estado essa orientação. Esse papel é da família”, finalizou o parlamentar.

Para a representante LGBT, Diana Brasili, os homossexuais irão continuar sofrendo preconceito. “Se a discussão nas escolas for impedida, as crianças vão continuar sofrendo bullying. E eu sofri bullying. 90% dos LGBTs estão tendo evasão escolar por conta da falta dessa discussão nessa instituição .”

Para a coordenadora do movimento carismático de Manaus, Maria José, os parágrafos embutidos no PME seriam um “perigo” a formação familiar. “Nossos filhos vão deixar de ser educados pelos pais, pelas famílias sobre sexualidade, sobre orientação sexual, e vão ser obrigados a aprender na escola através dos professores que eles não nascem nem menino nem menina, que vão crescer e definir mais tarde o gênero querem ser”, conta a coordenadora.

O plano norteará a educação pelos próximos dez anos e nele estão 216 estratégias que devem ser executadas pelo município.

 

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