Com alta de tarifas no radar, EUA aceleram negociações comerciais sob governo Trump

Foto: Recorte

Com o aumento de tarifas no radar, o governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, intensificou os esforços para fechar acordos comerciais antes que entre em vigor uma nova rodada de sobretaxas que pode afetar dezenas de países. A medida faz parte de uma estratégia que mistura política econômica com pressão diplomática, marca registrada da atual gestão republicana.


Desde o início de seu mandato, Trump adotou tarifas como ferramenta-chave para promover sua agenda econômica, alegando quatro principais objetivos: revitalizar a indústria americana, reduzir o déficit comercial, forçar concessões em disputas internacionais e aliviar a carga tributária interna. Ele chegou a descrever as tarifas como uma solução “universal” para os problemas econômicos dos EUA.

Nos primeiros meses da implementação dessas políticas, os efeitos foram visíveis. O déficit comercial americano caiu pela metade em abril, bilhões de dólares passaram a ser arrecadados mensalmente em receitas tarifárias, e diversos países foram pressionados à mesa de negociações. O presidente também destacou que as tarifas ajudaram a atrair investimentos industriais para o território americano.

Algumas grandes empresas anunciaram planos de expansão: a Apple prometeu investir US$ 500 bilhões em manufatura nos EUA; a GE Appliances transferiu uma linha de produção da China para o país; e a General Motors anunciou US$ 4 bilhões em novos aportes para ampliar a produção local. No entanto, analistas apontam que muitas dessas iniciativas estavam em curso antes da política tarifária ser anunciada.

Apesar das conquistas iniciais, economistas alertam que o impacto real das tarifas pode ser limitado. Eles argumentam que o efeito nas finanças públicas é modesto diante do elevado déficit orçamentário e que o crescimento da indústria nacional depende de uma série de fatores além do custo de importação. Além disso, empresas e consumidores estão se adaptando rapidamente ao novo cenário, o que pode diluir o impacto pretendido.

Trump, porém, segue confiante. “Vamos ter empregos. Vamos ter fábricas abertas. Vai ser ótimo”, afirmou a bordo do Air Force One em março. Em discursos, ele costuma reforçar a lógica de premiar a produção interna e penalizar a fabricação no exterior: “Se você não fizer seu produto na América, sob minha administração, pagará uma tarifa – e, em alguns casos, uma bem alta.”

Mesmo com sinais de desgaste e limitações nas ameaças comerciais, a Casa Branca continua apostando nas tarifas como uma alavanca para fortalecer sua posição nas negociações internacionais. Resta saber se o fôlego da estratégia se manterá diante de uma economia global cada vez mais interconectada e resistente às pressões unilaterais.

Fonte: CNN Brasil

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