
O caos na saúde do Amazonas parece não ter fim. Dessa vez, a nova polêmica gira em torno de médicos que atendiam no hospital e pronto-socorro 28 de Agosto.
Os trabalhadores já estavam com salários atrasados há três meses. Para piorar a situação, os médicos foram demitidos de suas funções.
Os desligamentos foram anunciados nessa segunda-feira (16), pelas cooperativas que administram os serviços de ortopedia e cirurgia no Hospital 28 de Agosto e no Instituto Dona Lindu. A medida inclui ortopedistas e cirurgiões. Vale ressaltar que o 28 de Agosto é unidade referência no assunto ortopedia e traumatologia.
Quem sofre com isso não são apenas os profissionais. A situação acaba sendo descontada nos pacientes e acompanhantes, que nada têm a ver com o descaso promovido pelo atual governo.
Empresa de Goiás é administradora
Tanto o 28 de Agosto quanto o Dona Lindu têm a mesma administração. As unidades, agora, fazem parte do Complexo Hospitalar Zona Sul, com gestão da Organização Social Agir, de Goiás.
A mudança na administração foi feita mesmo após suspensão do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM). O órgão de controle havia suspendido o processo licitatório para a contratação da Organização Social (OS).
A empresa de Goiás assumiu com um pagamento adiantado de R$ 31 milhões por parte do Governo do Amazonas. No entanto, os profissionais do local continuam com salários atrasados.
Além disso, profissionais de outros Estados estão assumindo as vagas que deveriam ser ocupadas por profissionais locais. Quem tinha 30 anos de atuação está sendo demitido.
“Como tem dinheiro para pagar empresas de fora e não tem dinheiro para pagar nossos salários atrasados desde setembro?”, é o questionamento feito por profissionais da área, conforme noticiado na mídia.
‘Tudo lindo’
Para o governo do Amazonas, está “tudo lindo” nas unidades de saúde. Além de um grande número de funcionários para atender a frequente demanda, houve ampliação dos leitos.
Mas não é o que se observa ao visitar qualquer hospital do Estado. O que se vê são pacientes a espera (longa) por atendimentos, profissionais sem salários, falta de equipamentos e medicamentos, sem mencionar falta de higiene básica, como já foi noticiado pelo Correio da Amazônia.