Comemorações dão o tom da nova temporada de concertos da Série Guaraná

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura do Amazonas

As comemorações pelos aniversários de três orquestras – Amazonas Filarmônica, Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) e Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica – dão o tom da nova temporada da Série Guaraná. Iniciada no último dia 8, a nova edição da série de concertos de música erudita terá um sabor especial, celebrando 20 anos de atividades da Filarmônica, 15 anos da OCA e 10 anos da Orquestra Experimental. A série é realizada anualmente pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura.


“São 20 anos de atividades da Amazonas Filarmônica e dos corpos originados a partir dela. Será uma temporada única, em que a série inteira será a comemoração dos três aniversários”, explica Marcelo de Jesus, regente adjunto da Amazonas Filarmônica e diretor dos Corpos Artísticos do Amazonas.

A Série Guaraná tem direção musical de Luiz Fernando Malheiro, regente titular da Amazonas Filarmônica, considerado um dos grandes nomes da música erudita brasileira. Atualmente em sua 14ª temporada, a série tem como proposta estimular a formação de público apreciador da música sinfônica ou de câmara. Para esta edição especial, os programas foram bastante pensados, de acordo com a linha de cada orquestra, como informa De Jesus.

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura do Amazonas

“A Amazonas Filarmônica segue, por exemplo, pelo caminho sinfônico tradicional, voltado para a música brasileira. A OCA experimenta repertórios mais diferentes, todos dentro da linguagem camerística, e a Experimental está focada em dois concertos, que é A Flauta Mágica e o concerto de dez anos da Orquestra”, antecipa o regente.

Mozart, Santoro e talentos amazonenses

Para o biênio 2017-2018, a Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica traz dois concertos de destaque: um, com trechos da ópera A Flauta Mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart, que acontecerá em outubro; e outro, em comemoração ao aniversário de dez anos do grupo, programado para o mês de novembro.

“Os trechos de A Flauta Mágica serão semiencenados, isto é, a orquestra estará no palco, mas os cantores estarão vestidos com seus respectivos figurinos. Já no concerto de dez anos da Orquestra Experimental, nós vamos ter obras que marcaram a trajetória da orquestra, como Finlandia, de Jean Sibelius, ePonteio, de Claudio Santoro”, explica Marcelo de Jesus.

Outros dois espetáculos da OCA festejam os 15 anos da orquestra: a reapresentação, no mês de outubro, do concerto Estações, com o qual o grupo estreou, com obras de Antonio Vivaldi e Max Richter; e a execução integral das peças para cordas de Claudio Santoro, como o Miniconcerto Grosso e Canto de Amor e Paz. Esta última apresentação está programada para novembro, com a participação da mezzo-soprano Denise de Freitas, que cantará as Canções de Amor do compositor nascido em Manaus.

Na programação da OCA, vale destacar ainda que será a primeira vez que o grupo terá à sua frente um regente residente: o amazonense Bruno Nascimento. Graduado em Música pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o manauara cursou mestrado na área de Regência Orquestral na Universidade de Missouri-Columbia, nos Estados Unidos, e atualmente é professor do curso de Música da Faculdade de Artes da UFAM (Faartes).

“Para mim, é um privilégio ímpar trabalhar nessa temporada com a Amazonas Filarmônica e com a Orquestra de Câmara. Ainda sou um maestro em formação, e durante o tempo em que estive fora do Brasil cursando o mestrado, pude assistir e reger vários grupos instrumentais, principalmente na Ásia, e vejo que as nossas orquestras não deixam nada a desejar em relação àqueles grupos”, afirma.

Nascimento, que foi pianista da primeira formação da Orquestra Experimental, conta que é uma satisfação ver o nível do conjunto crescer. “Muitos músicos da Orquestra de Câmara e da Amazonas Filarmônica foram meus professores e me viram crescer musicalmente. Por vários anos, eu acompanhei e participei de vários concertos com eles como pianista, na minha preparação como maestro, e agora me sinto bem feliz de ter a oportunidade de trabalhar como regente de alguns concertos com as orquestras”, completa.

 Volta às origens com La Traviata

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura do Amazonas

Com a Amazonas Filarmônica, o primeiro ponto alto é a apresentação da ópera La Traviata, de Giuseppe Verdi, em forma de concerto, com a regência de Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico e regente titular da orquestra, programada para os dias 19 e 22 de outubro desse ano. A ópera, que foi a primeira a ser encenada na edição inaugural do Festival Amazonas de Ópera, então ainda chamado Festival de Manaus, tem confirmadas as participações da soprano ucraniana Tamara Kalinkina, do tenor Daniel Umbelino e do barítono Claudio de Biaggi, além de solistas locais e do Coral do Amazonas.

“Estamos muito contentes, inclusive, porque teremos a participação dos vencedores do Concurso Riccardo Zandonai, da Itália, e do Concurso Maria Callas, de São Paulo. É uma parceria tanto nacional como internacional, e a Amazonas Filarmônica chega ao seu 20º ano de existência em um nível altíssimo, com a apresentação de La Traviata em concerto”, ressalta o diretor dos Corpos Artísticos.

Para abrilhantar ainda mais a série, três regentes estrangeiros estarão à frente da orquestra em diferentes concertos: o italiano Alberto Veronesi, que dirige a Orquestra da Ópera de Nova York, em novembro; Myron Michalidis, grego, da Ópera Nacional da Grécia, em março do ano que vem; e o argentino Gustavo Fontana, da Orquestra Filarmônica de Mendoza, em junho de 2018.

Outro dos pontos altos da Série com a Filarmônica será a estreia da obra War Requiem, de Benjamin Britten, composta no ano de 1962, com poemas de Wilfred Owen. Com a regência de Luiz Fernando Malheiro, a execução da obra acontece nos dias 2 e 4 de novembro, tendo como solistas a soprano Daniella Carvalho, o tenor Daniel Umbelino e o barítono Homero Velho.

“O War Requiem é uma obra intensa, onde teremos a presença de vários corpos, como o Coral Infantil do Liceu Claudio Santoro e o Coral do Amazonas”, explica De Jesus.

 Música e dança

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura do Amazonas

Como já é tradição da Série e da orquestra, o Núcleo de Dança do Liceu Claudio Santoro, junto com a Filarmônica, apresentará o espetáculo Teia Clássica, com coreografia de Baldoíno Leite e músicas de Leo Delibes e Pyotr Ilyich Tchaikovsky. No mesmo concerto, a orquestra, o Corpo de Dança do Amazonas e o Balé Experimental do Corpo de Dança do Amazonas se juntam para apresentar o balé Petrushka, de Igor Stravinsky, com coreografia de Adriana Góes, e regência de Marcelo de Jesus e Otávio Simões. A apresentação acontece entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro deste ano.

Para encerrar a Guaraná XIV, a Amazonas Filarmônica apresenta, em junho de 2018, a Sinfonia no. 3 em Ré Menor, chamada de Sinfonia da Ressurreição, de Gustav Mahler. Com duração de duas horas, a obra é considerada a mais longa do repertório sinfônico tradicional no mundo inteiro pelo Guinness Book, e será executada pela Amazonas Festival Orchestra, o Coral Infantil do Liceu Claudio Santoro e as mulheres do Coral do Amazonas, além da participação da contralto Kismara Pessatti.

Sucessos Orquestrais

E já nesta quinta-feira (24), sob regência de Otávio Simões, a Filarmônica apresenta o concerto Sucessos Orquestrais III. No terceiro concerto desta pequena série, a orquestra faz uma viagem pelo mundo, executando trechos de obras consagradas no repertório sinfônico.

O Voo do Zangão da ópera Czar Saltan, de Nikolai Rimsky-Korsakov, e a cena final do balé O Lago dos Cisnes, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, entram no repertório, além do Danzón no. 2 para Orquestra, de Arturo Márquez, e a Abertura da ópera O Morcego, de Johann Strauss Jr., apresentada no Festival Amazonas de Ópera.

 

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