Comissão Europeia critica países-membros e pede ações concretas no Mediterrâneo

As tragédias do Mediterrânea sem ações concretas/Foto: Lusa

A Comissão Europeia pediu hoje (06), aos países-membros, que não se limitem “a lamentar” cada novo naufrágio no Mediterrâneo, e que tenham a coragem de tomar ações concretas para evitar novas tragédias.
“Nesse momento, precisamos é da coragem coletiva para passar das palavras a atos concretos. Caso contrário, as palavras soarão ocas”, informaram, por meio de declaração conjunta, o vice-presidente da comissão, Frans Timmermans, a alta representante para Política Externa, Federica Mogherini, e o comissário para as Migrações, Dimitris Avramopoulos.


“A migração não é um tópico popular ou agradável. É fácil chorar em frente da televisão ao assistimos essas tragédias. É mais difícil levantar-se e assumir responsabilidades”, acrescentaram.

A declaração foi divulgada um dia depois de mais um naufrágio no Mediterrâneo, quando uma embarcação com 600 pessoas a bordo virou ao largo da Costa da Líbia. Cerca de 400s pessoas foram salvas, 25 retiradas do mar já mortas e aproximadamente duas dezenas estão desaparecidas.

Horas antes do naufrágio, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tinha criticado a passividade dos estados-membros da União Europeia (UE), pedindo que eles agissem e admitindo recuperar os planos para um acolhimento obrigatório de cerca de 40 mil migrantes e refugiados.

“Os ministros, ao contrário dos cidadãos, têm a obrigação de agir. Fizemos uma proposta que ia longe, apesar de modesta face à escala do problema. Os estados-membros não nos seguiram. Se não chegarmos lá numa base voluntária, teremos de reconsiderar a proposta da comissão”, afirmoui Juncker.

Na declaração conjunta de hoje, os três representantes da comissão explicaram que a UE tem trabalhado intensamente para prevenir tragédias no mar e lembraram a estratégia proposta em maio e que começa a ser aplicada agora.

“Triplicamos os recursos dedicados ao salvamento e resgate no mar, o que permitiu resgatar mais de 50 mil pessoas desde 1º de junho.”

Segundo números da Organização Internacional das Migrações (OIM), entre janeiro e agosto do ano passado 188 mil pessoas chegaram às costas europeias pelo Mediterrâneo, a maioria à Grécia (97 mil) e à Itália (90 mil). No mesmo período, mais de 2 mil pessoas morreram na travessia.

“Não há uma resposta simples e nem única para os desafios da migração. Nenhum estado-membro pode resolver eficazmente a migração sozinho. É claro que precisamos de uma abordagem nova, mais europeia”, acrescentaram Timmermans, Mogherini e Avramopoulos.

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