
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) criou, nesta sexta-feira (11), um grupo que visa garantir a segurança de 11 integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Segundo a comissão, os representantes estão em maior vulnerabilidade devido ao trabalho que exercem na proteção dos povos indígenas do Vale do Javari e seus territórios, além da participação do grupo nas buscas de Bruno Pereira e Dom Phillips, mortos no ano passado.
A Mesa de Trabalho Conjunta foi formalizada no fim de julho depois de uma proposta conjunta do governo. O prazo para definir um plano de ação é de dois meses, e a previsão é que o grupo funcionará por dois anos.
O grupo ainda deverá cobrar das autoridades soluções do caso e a punição da rede de responsáveis pela execução do assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Outra função estabelecida ao grupo é a criação de “medidas de não repetição” do caso de Dom e Bruno.
Entre os integrantes com medidas cautelares estão o líder e cocriador da Equipe de Vigilância da Univaja, Beto Marubo, o procurador jurídico da Univaja, Eliesio da Silva Vargas Marubo, e a advogada Natália France Neves Carvalho, colaboradora da Univaja.
Bruno Pereira e Dom Phillips
Dom e Bruno desapareceram em 5 de junho depois de terem sido vistos pela última vez na comunidade São Rafael, nas proximidades da entrada da Terra Indígena Vale do Javari. Eles viajavam pela região para entrevistar indígenas e ribeirinhos para produção de reportagens e de um livro sobre invasões de áreas indígenas.
O Vale do Javari, a terra indígena com o maior registro de povos isolados do mundo, é pressionado há anos pela atuação intensa de narcotraficantes, pescadores, garimpeiros e madeireiros ilegais que tentam expulsar povos tradicionais da região.
Fonte: R7