
Não é terrorismo, não, gente, mas tem uma assombração maligna por aí, enquanto os grandes expoentes da “pátria-mãe tão distraída” nem ligam. Eles têm mais é que engendrar novos assaltos a dinheiros públicos e privados, e aperfeiçoar os métodos de não apurar nada, mediante acordos e conluios entre aqueles que depenam o País desde o século 16. Distribuem-se por diversos disfarces de partidos e réplicas da societas sceleris (associação criminosa) dos romanos. Mensaleiros, mensalistas, sanguessugas, traficantes de votos, compradores e vendedores de consciências, quadrilheiros em geral, se garantem contra qualquer processo ou CPI (estas viraram piada). Alguns nobres deputados e senadores querem livrar-se do Ministério Público impedindo procuradores federais e estaduais de intervir em processos que envolvam parlamentares. É a blindagem preventiva para evitar surpresas. Um deputado apresentou projeto de lei que legaliza a corrupção dos nossos nobres representantes (tem nobres de vera nesse meio): o MP ficaria proibido de investigar atos de corrupção de Sua Excelência Máxima o presidente da República e de outras “excelências” graúdas, como governadores de Estados, deputados federais e estaduais, senadores, prefeitos. Por via das dúvidas, alguém já providenciou passaporte para ele e filhos, justificando que precisa garantir-lhes um futuro mais seguro.
Enquanto rola toda essa pouca-vergonha irresponsável, o primeiro-bandido Peixão, que controla o complexo de Israel no Rio de Janeiro, perguntado se haveria alguma solução para a guerra civil entre poder traficante e poder legal, respondeu: “Não há mais solução, cara. A própria ideia de solução é um erro. Já olhou o tamanho das 580 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral”. A última frase é uma plataforma política digna de quem enganou milhões prometendo mudar o Brasil para melhor. Só falta alguém lançar uma candidatura alternativa, como o poder das máfias.
Como Brizola, nos anos 60, usava o lema “Cunhado não é parente, Brizola para presidente”, agora seria “Numa situação indecente, Marcola para presidente”. E ele não fica por aí. Denuncia, com conhecimento de causa, a promiscuidade entre o crime organizado e o que se apresenta como repressão organizada: certos policiais, juízes, desembargadores, parlamentares, governantes, mafiosos de gravata, paletó e colarinho bem lavadinho. Seria bom continuar, porque não é o Brasil todo que lê O Globo(Rede Globo é outra história). Mas tenho outros assuntos aqui. Voltamos depois, em capítulos emocionantes. Não percam.