Comunidade ‘Barranco da Praça 14’ é homenageada na Câmara Municipal de Manaus

A homenagem da CMM ao Barranco da 14/Foto: Tiago Correa
A homenagem da CMM ao  Barranco da 14/Foto: Tiago Correa
A homenagem da CMM ao Barranco da 14/Foto: Tiago Correa

Na véspera do “Dia Nacional da Consciência Negra”, a ser comemorado amanhã, quinta-feira (20), a Câmara Municipal de Manaus (CMM) celebrou a data com homenagem à comunidade Barranco da Praça 14 de Janeiro, considerado segundo Quilombo Urbano do Brasil, numa iniciativa do vereador Bosco Saraiva (PSDB).

Na ocasião, Bosco Saraiva entregou ao presidente da Associação do Movimento Orgulho Negro de Manaus, Christian Rocha, uma placa em homenagem à comunidade Barranco, pelo exemplo de resistência de luta, por  liberdade e igualdade, fatores determinantes ao reconhecimento da contribuição dos negros na formação da sociedade e da cultura do Estado do Amazonas.


O autor da proposta ressaltou que, na Câmara, há espaços para todos, principalmente para a minoria organizada. “O Dia da Consciência Negra é uma data de reflexão da atualidade e, principalmente para rever o que ainda temos de resquícios. Por isso, é que esta Casa materializou esta homenagem  ao Barranco da Praça 14, que é o segundo Quilombo do Brasil”, observou Bosco, que estendeu o convite à população para as festividades da comunidade Barranco, que ocorrerá nesta quinta-feira (20), a partir das 12h00.

A certificação da existência das comunidades quilombolas no Amazonas, de acordo com Bosco Saraiva, é o reconhecimento da contribuição histórica desses povos para o país, Estado e capital amazonense. “Esse atestado abre novos horizontes para toda a comunidade negra do Amazonas, que se torna mais visível aos olhos da sociedade, pois muita gente sequer imaginava que essa comunidade existe e ainda resistente em Manaus”, garantiu Bosco,  acrescentando que o evento serve também para exaltar e difundir a história, resgatando nas pessoas o orgulho de suas origens de resistência negra e quilombola.

Valorização do educador

Christian Rocha ainda considera o Brasil racista, mas acredita que, por meio da educação e valorização dos professores, pode se construir uma sociedade igualitária. “Temos que ter um investimento maciço na educação, mas primeiro temos que valorizar o educador. Se fala muito em educação, mas não se fala da pessoa e da mão de obra do professor que precisa ser valorizada”, lembrou Christian.

Apoio

A homenagem também recebeu apoio dos demais parlamentares. O vereador  Ednailson Rozenha (PSDB) disse que a presença negra no Amazonas é marcante e a comunidade merece esse título de segundo Quilombola do Brasil”, reforçou o parlamentar.

Para o vereador Waldemir Jose (PT), a homenagem é importante para o reconhecimento das origens e da presença importante na cidade da comunidade negra. “O Brasil é um país de injustiça, mas, apesar das contradições, nasce uma civilização de confraternização que ajuda a construir um Brasil melhor.  Parabéns pela iniciativa”, completou Waldemir José.

Na mesma linha, o vereador Álvaro Campelo (PP) também reconheceu que a   homenagem à comunidade foi justa. “Pequenos gestos ajudam a diminuir os preconceitos. Temos cada vez mais de conscientizar a população que devemos tratar todos iguais”, disse Campelo.

Por sua vez, o vereador Walfran Torres (PTC), observou que o Brasil tem a segunda maior população negra, ficando atrás apenas da Nigéria. “Esse momento é singular porque temos uma dívida histórica tanto com os negros quanto com os índios. Faz-se necessária essa reparação”, reconheceu Walfran.

Outros que também manifestaram apoio à homenagem foram os vereadores Mario Frota (PSDB) e Carlos Alberto (PRB).

Sobre a comunidade

A comunidade “Barranco da 14”, que está localizado na rua Duque de Caxias, bairro Praça 14 de Janeiro, zona Sul de Manaus, reúne 25 famílias remanescentes de escravos que migraram para a capital amazonense no século 19. Essa comunidade passou a ser reconhecida, com uma certificação da Fundação Cultural Palmares. Após um longo processo no Ministério Público Federal (PMF) e na Fundação, a comunidade obteve o certificado como remanescente de quilombo.

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