Comunidades indígenas denunciam descasos na saúde e educação, em Marau

Deputado Sidney Leite ouve apelos indígenas/Foto: Divulgação
Deputado Sidney Leite ouve apelos indígenas/Foto: Divulgação
Lideranças indígenas denunciam descasos com as comunidades/Foto: Divulgação
Lideranças indígenas denunciam descasos com as comunidades/Foto: Divulgação

O atraso do ano letivo escolar na rede municipal de ensino, a falta de merenda e material para os alunos, a precariedade estrutural das escolas nas comunidades e falta de transporte, foram as principais denúncias apresentadas por moradores da Reserva Indígena do Rio Marau, localizada no município de Maués, durante Audiência Pública realizada no fim de semana, sábado (dia 12).

O evento foi promovido pela Comissão de Educação, Cultura e Assuntos Indígenas da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), em alusão ao Dia do Índio (19 de Abril). O descaso com a saúde indígena, traduzida em falta de medicamentos, postos de saúde e profissionais qualificados também foram abordados pelos índios. As denúncias serão encaminhadas pelo presidente da Comissão, deputado estadual Sidney Leite (PROS) aos órgãos responsáveis e, ainda, ao Ministério Público Federal (MPF).


Distante a 7 horas de barco da sede do município de Maués, a Reserva do Marau possui hoje aproximadamente 3,5 mil índios da etnia sateré-mawé divididos em 70 comunidades. A audiência, que reuniu 200 indígenas, ocorreu na comunidade de Vila Nova, uma das maiores, e a que concentra a única escola de ensino médio da região. Estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas do Amazonas (Seind), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Comissão de Assuntos Indígenas da Câmara Municipal de Maués.

Durante oito horas, lideranças apresentaram os principais problemas enfrentados pelos moradores da região. Na área da educação, a continuidade do programa de formação do magistério indígena pelo programa Pirayara, o reconhecimento das escolas indígenas, estrutura das escolas, desvalorização dos professores foram consideradas pelos comunitários com em situação de “regresso”, de atraso.

Na saúde, a Casa de Saúde Indígena de Maués (Casai-Maués) recebeu as maiores críticas. Sem reforma, o local não apresenta as condições mínimas de higiene e atendimento para os índios que chegam à sede do município em busca de tratamento. A falta formação dos agentes indígenas de saúde (AIS) e dos agentes indígenas sanitários (Aisan), assim como a falta de medicamentos nos polos e nas comunidades também foram denunciadas.

Para Sidney Leite há um descaso total com os indígenas da região, que refletem diretamente no desenvolvimento das comunidades. “Estamos no mês de abril e até hoje as crianças ainda estão fora da sala de aula. Isso é inadmissível. A preocupação das lideranças é válida, pois compromete todo o aprendizado, o cumprimento da carga horária, a renovação dos professores e ainda implica no cancelamento do benefício do Bolsa Família, uma vez que as crianças não estão estudando”, comentou.

Todas as denúncias serão encaminhadas pelo parlamentar aos órgãos competentes. “Estão aqui a Seduc, a Seind, a Coiab e todos sairão daqui com as demandas que também serão apresentadas e direcionadas por eles”, destacou.

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