Concerto no Teatro Amazonas trás salmo sinfônico “O Rei David”

História bíblica em formato de oratório com a mezzo soprano Luisa Francesconi.

Primeiro rei de Israel e Judá, o jovem Davi é considerado uma lenda pelas três grandes religiões monoteístas. Pelos judeus, é visto como o eterno Rei de Israel, de cuja linhagem viria o Messias. Pelos cristãos, o precursor da linhagem de Jesus Cristo. Pelos muçulmanos, profeta e rei de uma grande nação. Segundo a tradição religiosa, o rei é considerado o autor de mais da metade dos 150 salmos do livro bíblico dos Salmos.


E para contar a história do mais famoso dos reis de Israel, o Teatro Amazonas recebe, nos dias 18 e 21 de maio, o oratório O Rei Davi, composto pelo suíço Arthur Honegger, no Concerto Bradesco III. O espetáculo integra as atividades do XX Festival Amazonas de Ópera (FAO), realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com o Fundo de Promoção Social. O Festival ainda conta com o patrocínio máster do Bradesco Prime, e patrocínio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) e da Ambev.

O concerto traz como solistas a soprano Dhijana Nobre, a mezzo soprano Luisa Francesconi e o tenor Juremir Vieira. No papel da Pitonisa, a soprano Isabelle Sabrié, e como narrador, o barítono Homero Velho, que participou da montagem da ópera Tannhäuser, no XX FAO. O concerto, que tem direção musical assinada pelo maestro Otávio Simões, conta com a participação do Coral do Amazonas e da Amazonas Festival Orchestra, uma junção entre a Amazonas Filarmônica e a Orquestra Experimental Amazonas Filarmônica.

História bíblica em formato de oratório com a mezzo soprano Luisa Francesconi.

A obra

O texto do salmo sinfônico O Rei Davi foi escrito pelo poeta suíço René Morax, para uma peça de teatro de sua autoria inspirada nos livros bíblicos de I e II Samuel, I e II Reis e nos salmos de Davi. A música foi escrita em dois meses pelo então desconhecido Arthur Honegger, em 1921. Dois anos depois, devido ao grande sucesso tanto da peça como da música, o compositor refez toda a orquestração da música do oratório, tendo como resultado uma combinação de vários estilos musicais, que vai do canto gregoriano à música de Maurice Ravel.

Dividido em três partes, o oratório conta a história de Davi em alguns pontos-chave de sua vida: a sua unção como rei de Israel pelo profeta Samuel, a sua amizade com Jônatas, filho de Saul, a sua coroação como rei e a unificação das tribos, a cobiça de Davi por Betsabá e a sua punição, e finalmente, a coroação de Salomão, filho de Davi e Betsabá, como rei de Israel. A obra encerra com a narração da profecia de Isaías, que diz que uma flor surgirá do caule de Davi.

Apresentação do salmo sinfônico “O Rei Davi”, composto por Arthur Honegger em 1921 e revisado em 1923, traz a participação da Amazonas Festival Orchestra.

União de orquestras

Neste ano, o Festival traz uma novidade, e justamente na apresentação da obra de Honegger. Será a primeira vez em vários anos que a Amazonas Filarmônica e a Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica se unirão para formar a Amazonas Festival Orchestra.

“No Brasil, quase não se executa essa peça. Então nós resolvemos unir as duas orquestras para apresentar para o público da forma como ela deve ser”, ressalta Otávio Simões, regente assistente da Amazonas Filarmônica e diretor musical do espetáculo.

“Em muitas conversas com o maestro Luiz Fernando Malheiro, sempre disse que gostaria de fazer essa obra. Durante a nossa reunião de programação para este festival, mencionei novamente, mas sem pretensão alguma, apenas dizendo que um dia precisaríamos fazer esta peça aqui no Teatro. E ele disse ‘vamos fazer agora!’”, completa o maestro.

Emoção

“Ouvi esse oratório pela primeira vez em 2003, em São Paulo, na Sala São Paulo. Posso afirmar que, em toda a minha vida, foi uma das únicas peças em que eu chorei assistindo”, relembra, com emoção, Otávio Simões. “Na minha opinião, é uma das mais importantes, mais bonitas e mais bem escritas obras do século XX”, completa.

Simões também pontua o fato de que, a cada edição do FAO, uma grande obra para coral é trazida para o deleite do público. “Foi assim com o Stabat Mater, de Pergolesi, e com Messa da Requiem, de Verdi, que apresentamos no ano passado. O Rei Davi é um oratório que tem uma beleza singular, e cabe no formato dos nossos concertos”, afirma.

Transmissão ao vivo e acessibilidade

A primeira récita do concerto, no dia 18 de maio, ás 20h, será transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da Secretaria de Estado de Cultura, “Cultura Amazonas”. O canal, que ainda conta com entrevistas e transmissões dos concertos do Festival, pode ser acessado emwww.youtube.com/CulturaAmazonas.

O XX Festival Amazonas de Ópera, em todos os seus espetáculos, conta com audiodescrição para deficientes visuais, e tradução simultânea do espetáculo para Linguagem de Sinais, para os deficientes auditivos.

Programação acadêmica

E junto ao Concerto Bradesco III, a mezzo soprano brasiliense Luisa Francesconi ministra, nesta quarta-feira (17), o workshop Técnica Vocal: Ópera e Musicais, acompanhada ao piano por Pedro Panilha, pianista do Festival. Luisa é grande intérprete de obras de Mozart e Rossini, e no Festival Amazonas de Ópera, já foi solista nas óperas Médée, de Luigi Cherubini; As Valquírias, de Richard Wagner; e Os Troianos, de Hector Berlioz. Ainda no Festival, cantou junto com a Amazonas Filarmônica, sob a regência de Luiz Fernando Malheiro, a Messa da Requiem, de Giuseppe Verdi, e o concerto Barroco Furioso, em 2007, sob a regência de Marcelo de Jesus.

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