Após relatos de resistência à vacinação contra a covid-19, a Prefeitura de Benjamin Constant (a 1.118 quilômetros de Manaus) investe na conscientização em aldeias e comunidades ribeirinhas. O município está localizado na tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia), com cerca de um terço da população indígena.
Na primeira etapa do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em execução no município, parte das vacinas foi destinada à população indígena, que é um dos grupos prioritários. “Vieram 7.462 doses, que seria a população deles. Mas alguns têm recusado, sejam os aldeados ou os que vivem nas comunidades ribeirinhas”, relatou a enfermeira Sandy Helena, Coordenadora do PNI em Benjamin. “Alguns acham que vão virar jacaré ou terão algum chip implantado. Respeitamos as crenças de cada um, mas precisamos orientar”, completou.
A Prefeitura tem buscado soluções para reverter a situação e conscientizar os indígenas sobre a importância da vacinação. “Reunimos com as equipes responsáveis pela vacina e o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Solimões e estamos reforçando as equipes para orientar”, contou o prefeito de Benjamin, David Bemerguy (MDB).
De acordo com o Vacinômetro divulgado pela Prefeitura de Benjamin Constant, o total de vacinados na área de indígenas aldeados é de 5.060. Segundo dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o Alto Solimões é a região do Amazonas com maior número de mortes de indígenas por Covid-19. Foram registrados 42 óbitos desde o início da pandemia.