Copa do Mundo – O Teatro Grego do Agora – Nelson Rodrigues para entender o ‘O Apagão’ – por Carlos Maltz

Carlos Maltz é ex-integrante da banda Engenheiros do Hawaii, sendo o baterista fundador, atualmente atua como psicologo junguiano, astrólogo e escritor, sendo autor do livro Abilolado Mundo Novo.

Nelson Rodrigues, além de ser um luminar das nossas letras, provavelmente o nosso dramaturgo maior, foi também um apaixonado pelo futebol. Com o seu olhar “dostoievskiano”, conseguia enxergar no esporte bretão, mais do que 22 marmanjos correndo atrás de uma bola. Na verdade, ele conseguia enxergar bem mais do que isso.


Carlos Maltz é ex-integrante da banda Engenheiros do Hawaii (sendo o baterista fundador), atualmente atua como psicologo junguiano, astrólogo e escritor (sendo autor do livro Abilolado Mundo Novo).
Carlos Maltz é ex-integrante da banda Engenheiros do Hawaii (sendo o baterista fundador), atualmente atua como psicologo junguiano, astrólogo e escritor (sendo autor do livro Abilolado Mundo Novo).

O “anjo pornográfico” tinha o talento dos que se tornam imortais nas letras: o dom de ver e dizer das almas das gentes. E dos povos. E dos tempos. De ombros com gigantes como Euclides da Cunha, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro, o Nelson foi mais do que um tradutor: quase um autor do que entendemos hoje por “alma brasileira”.

E foi na crônica esportiva, que o Nelson escreveu durante quase toda a vida para sobreviver, que a sua visão profunda e apaixonada vibrou e nos mostrou além do que o nosso olho quadrado consegue ver.

Contemporâneo das gerações de ouro do nosso futebol, os “escretes” que foram campeões do mundo em 1958, 1962, e 1970, Nelson Rodrigues foi o poeta singular e genial que mostrou ao povo brasileiro aquilo que estava debaixo de seu nariz, mas que ele, em sua “miopia subdesenvolvida” como o cronista gostava de dizer, não conseguia enxergar: a sua própria singularidade e genialidade.

Hoje carregamos nas costas o peso daquelas conquistas épicas, mas na época, elas foram de um ineditismo tal, que somado ao trauma da trágica derrota em casa em 1950, eram quase inimagináveis.
Vamos chamar o Nelson para nos trazer uma coleção de pérolas entre frases e parágrafos retirados de suas crônicas:

– O começo de qualquer partida é uma janela aberta para o infinito.

– Amigos, a vitória sobre o Chile fez nascer um penacho em cada cabeça e esporas em cada calcanhar. O brasileiro anda por aí com ares do dragão do Pedro Américo. É a – O forte do Brasil não é tanto o futebol, mas o homem.

– O forte do Brasil não é tanto o futebol, mas o homem.

– Ponham um inglês na Lua. E na árida paisagem lunar, ele continuará mais inglês do que nunca. Sua primeira providência será anexar a própria Lua ao Império Britânico.”

Hehehehe… Muito boa essa…

– O futebol inglês, ou alemão, ou russo é de uma clara, taxativa, ululante mediocridade… … Trata-se de um retrocesso evidentíssimo. A grossura, a truculência, a deslealdade ou, numa palavra, o coice nunca foi moderno. É um futebol que se devia jogar de quatro, aos relinchos, aos mugidos; e que também se devia assistir de quatro, com os mesmos relinchos e os mesmos mugidos.

Bom, seu Nelson, isso, pelo menos, mudou um bocado, não é mesmo? Tão dizendo por ai que eles aprenderam conosco…

– Muito bem: – e que faz o cronista? Quer que o jogador brasileiro, o melhor do mundo, também se transforme num centauro – um centauro que fosse a metade cavalo e a outra metade também.

Seu Nelson, isso foi naqueles tempos…

– Graças a Deus, há duas pessoas inteligentes em nosso futebol: – o craque e o torcedor.

Craque tá difícil, seu Nelson…

– O que sabemos nós do Brasil? Pouco, ou mesmo nada. A partir de 58 o Brasil começou a aparecer aos nossos olhos. E digo mais: – Foi o escrete que ensinou o brasileiro a conhecer-se a si mesmo.

Tá certo, seu Nelson, tá certo…

Alguém poderia acusar o Nelson de ufanismo, poderia cobrar-lhe a falta da “humildade” tão valorizada nesses nossos tempos pós-modernos e politicamente corretos. Mas o Nelson é um poeta, e poetas politicamente corretos não servem pra muita coisa. Aqui a genialidade do poeta visionário se mostra:

– Eu vou dizer o momento exato em que se inaugurou o verdadeiro Brasil. Foi após o hino nacional brasileiro. Os jogadores ainda estavam perfilados e trêmulos. A Rússia seria uma prova crucial. Mais do que nunca dava em cada jogador o dilema: – “Ser uma besta ou não ser uma besta?” E então, soou naquele escrete contraído, a voz de Garrincha. Com sua candura triunfal, dizia o Mané para o Nilton Santos: “Aquele bandeirinha tem a cara do seu Carlito!” Houve então o riso incoercível, total. Foi o bastante. O escrete tomou-se então de uma nova e feroz potencialidade. E da piada de Garrincha partiu para a vitória. Ali começou o verdadeiro Brasil. Ninguém sabe, mas foi uma piada que derrubou a grande, a colossal, a imbatível Rússia. A mesma piada deu ao brasileiro a sensação da própria grandeza. Com um quase pânico, o homem do Brasil percebeu que era genial.

Vejam só: uma piada, uma “molecagem” que enche o time de moral, quebra a sisudez opressora, e libera o gênio encerrado na garrafa da baixa autoestima. Nélson já percebia a importância que a condição emocional e a motivação têm numa competição como a Copa do Mundo. A Alemanha, campeã desta copa tem uma equipe numerosa que inclui psicólogos e professores de ioga para trabalhar a condição mental-emocional dos seus jogadores, e um time de “engenheiros do comportamento” que estuda minunciosamente as falhas na muralha da coragem do adversário e produz toneladas de informação que são utilizadas pelo técnico na hora de montar a sua estratégia de jogo. Molecagem, seu Nelson? Nem pensar…

Mas o que diria o nosso genial cronista se estivesse aqui e agora compartilhando conosco esse momento tão único e tão diferente dos que ele viveu comentando os caminhos do escrete nacional. Sim, o Nelson viu o Brasil perder jogos e ser eliminado de Copas do Mundo: 1966, 1974, 1978. Mas a derrota acachapante, os 7X1 que sofremos aqui em casa nessa Copa extrapola tudo o que poderíamos imaginar. Não foi apenas uma derrota esportiva, foi como diria o Nelson, uma derrota do “homem brasileiro”.

Mas que “homem brasileiro” é esse que foi massacrado por uma equipe que suou pra ganhar de um mirrado um a zero da Argentina na final?

Desde o dia da derrota do Brasil para a Alemanha eu já li e vi centenas de explicações para o acontecido, e acredito que elas devem estar todas corretas. A maioria se refere aos erros técnico-táticos do treinador, e/ou os prejuízos causados pela má gestão politica do futebol brasileiro, que, pelo que entendi, sofre das mesmas mazelas que a gestão publica do nosso país. E que não serão resolvidas sem mudanças estruturais, que só acontecem ao longo de algum tempo.

Mas o que mais está me interessando aqui é a visão “nelsoniana” do que aconteceu com os personagens daquela tragédia. Onde foi parar aquele “homem brasileiro” que o Nelson cantava em verso e prosa?

Tudo bem, a torcida brasileira, o povo brasileiro, anfitrião da copa deu um show de bola em termos de acolhimento e convivência pacífica com as outras torcidas. Bom, nem tão pacífica com los “hermanos”, mas até com eles, os nossos rivais, foi bonito de ver a co-existência. Coisa que na “civilizada” Europa, ás vezes não é tão civilizada assim.

O ponto chave, pra quem quiser estudar a psicologia do acontecimento, são, penso eu, aqueles fatídicos seis minutos onde ocorreu o tal do “apagão”. Aqui podemos aprender, como o Nelson, a conhecer o ser humano que se esconde na arena do combate, atrás da dinâmica do jogo.

O que aconteceu com os nossos “homens brasileiros” que estavam em campo?

O que o comportamento dos nossos combatentes revela sobre nós mesmos, “homens brasileiros” que não estivemos em campo, mas fomos representados pelos que estiveram?

Dizer que “eles não me representam” é fácil, especialmente depois que a vaca já foi pro brejo. Mas será que eles, ou comportamento deles realmente não nos representam?

É claro que tudo o que dissermos não passará de especulação. Mas penso ser importantíssimo para nós fazermos essa avaliação. Principalmente se desejamos realmente que essa página da nossa história seja um fato isolado que ficará sepultado pela poeira do tempo. Que cada um estude por si e chegue a sua própria tese. Depois, vejamos qual delas nos parece fazer mais sentido. A minha é a seguinte:

Nossos jogadores, a comissão técnica e a maior parte da nossa população, estávamos vivendo uma espécie de fantasia.

Vejam os dizeres que iam á testa do ônibus de cada delegação que jogou a copa:

Alemanha: “Uma nação, um time e um sonho!”
Argélia: “Guerreiros do deserto no Brasil”
Argentina: “Não somos uma equipe, somos um país!”
Austrália: “Socceroos: pulando nosso caminho para a história”
Bélgica: “Espere o impossível”
Bósnia e Herzegovina: “Dragões no coração, dragões no campo”
Brasil: “Preparem-se! O Hexa está chegando!”
Camarões: “Um leão sempre será um leão”
Chile: “Chi chi chi, le le le, Viva Chile”
Colômbia: “Aqui não viaja uma equipe, viaja todo um país”
Coreia do Sul: “Aproveitem, Reds!”
Costa Rica: “Minha paixão é o futebol, minha fortaleza é meu povo, meu orgulho a Costa Rica”
Costa do Marfim: “Elefantes em busca de conquistar o Brasil”
Croácia: “Com fogo nos nossos corações, pela Croácia todos unidos”
Espanha: “Dentro do nosso coração, a paixão de um campeão”
Equador: “Um compromisso, uma paixão, um só coração, vamos por você, Equador!”
Estados Unidos: “Unido pelo time, dirigido pela paixão”
França: “Impossível não é uma palavra francesa”
Gana: “Estrelas negras, aqui para iluminar o Brasil”
Grécia: “Heróis jogam como gregos”
Holanda: “Homens de verdade usam laranja”
Honduras: “Somos um povo, uma nação, cinco estrelas no coração”
Inglaterra: “O sonho de um time, a batida do coração de milhões!!”
Irã: “Honra da Pérsia”
Itália: “Vamos colorir de azul o sonho da Copa do Mundo Fifa”
Japão: “Samurai, chegou a hora de lutar!”
México: “Sempre unidos, sempre aztecas”
Nigéria: “Somente juntos podemos vencer”
Portugal: “O passado é história, o futuro é vitória”
Rússia: “Ninguém pode nos pegar”
Suíça: “Parada final: 13/07/2014, Maracanã!”
Uruguai: “Três milhões de sonhos… Vamos, Uruguai”

A maioria esmagadora dessas frases é composta de chamados. São brados guerreiros de motivação para os soldados que vão defender as suas bandeiras.

A nossa destoa um pouco, vejam:

– Preparem-se! O Hexa está chegando!

Percebem? Não é um chamado, é uma constatação. Na melhor das hipóteses, um aviso.

A impressão que tenho é que nossos jogadores estavam vivendo uma espécie de fantasia. Mas não apenas os jogadores. Que eu saiba, não houve protestos á frase que estava estampada em nosso ônibus. Eu mesmo, não protestei. Ninguém a achou exagerada ou pretensiosa demais. Antes dos 7X1.

Uma notícia que me chamou a atenção: na véspera do jogo com a Alemanha, o salão de beleza do hotel onde o nosso “escrete” se hospedava esteve lotado. Nada menos que onze dos nossos guerreiros passaram algum tempo ali se preparando para a batalha do dia seguinte. A nota dizia inclusive, que alguns deles gastaram mais de uma hora hidratando os cabelos.

Embora eu mesmo não faça a menor ideia do que seja “hidratar” os cabelos, não tenho nada contra o fato de que nossos craques sejam “metrossexuais” ou coisa que o valha. O melhor jogador do mundo não é também? Mas não tem como eu não ficar aqui imaginando o que o Nelson diria á respeito disso.

Outra imagem que me chamou a atenção: dia seguinte ao jogo contra a Colômbia. Nossa maior esperança sofreu uma lesão fatal e está fora da copa. Todo mundo está com os nervos á flor da pele esperando por notícias. Eu mesmo, quando soube que era na coluna, temi e rezei pelo futuro profissional do nosso jovem craque. A televisão anuncia que ele vai falar á nação. Pensei:
– Pô coitado do cara, não dão folga pra ele nem nessa situação em que ele se encontra…

O nosso herói aparece. “Bonzinho”, bonézinho virado prá trás como sempre, três brinquinhos em cada orelha… O mesmo visual de malandrinho da baixada…

Caraca! O cidadão pode estar com a coluna lascada, mas a imagem: impecável! O patrocinador não tem do que reclamar…

Outra imagem que me parece relevante: jogo contra a Holanda. O Brasil está perdendo novamente, depois da pior derrota já sofrida em todos os tempos pelo nosso “esquadrão de ouro”. A câmera foca o banco do Brasil. Os jogadores percebem e cobrem a boca pra que não possam decifrar suas palavras no programa de Domingo.

Tipo: Roma está pegando fogo, e o imperador está preocupadíssimo em compor a sua lira final…

Onde eu quero chegar com isso?

Minha tese é a seguinte: os grandes craques mundiais não vivem mais no mundo real. Eles são uma espécie de personagens de um big brother infinito. Como naquele filme em que a vida do personagem principal era um continuo show de TV.

Tudo bem, alguém poderia dizer. Mas não são apenas os nossos. A grande maioria dos jogadores da Copa do Mundo atua na Europa, que é o cenário do “Foot-ball-big-brother”.

“Jogos vorazes”. De fama e grana.

Nos anos sessenta do século passado, um teórico da comunicação chamado Marshal McLuhan sacudiu o mundo com ideias revolucionárias e visionárias para a época, á respeito do que aconteceria com o advento da massificação da TV.

Ele é o autor da celebre frase: o meio é a mensagem, que é o “no principio era o verbo” das telecomunicações. Toda a publicidade praticada hoje no mundo parte desse principio. As pessoas não compram mais produtos, compram um estilo de vida que é vendido pelas imagens dos comerciais, mais do que pela “mensagem” que eles estão transmitindo.

Artistas e políticos atualmente dão mais importância aos seus cabeleireiros e cirurgiões plásticos do que ao conteúdo do que estão dizendo pras pessoas. “O meio é a mensagem”, o que importa é a imagem. Por que os jogadores estariam fora dessa?

Entre outras coisas, McLuhan disse também, e aqui está o nosso foco, que nos países que tinham uma tradição escrita muito forte, a TV teria dificuldades para entrar. Mas em países onde essa tradição não fosse tão consistente, a “cultura” televisiva ia dar um rolézinho mais avassalador e irresistível do que o que a Alemanha aplicou em cima da gente.

Concluindo: o meio é a mensagem no mundo inteiro, e agora, com o advento das redes sociais, que são uma espécie de “selfie TV”, o mundo inteiro virou um imenso “big brother real time fulll time”. A vida real é só um pretexto para as imagens que poderemos captar para a nossa “page no face”.

O mundo inteiro, sim, mas, em países onde a tradição cultural, a cultura literária e escrita é mais forte, a resistência é maior. E a dominação de corações e mentes não é tão absoluta. Ou seja, os jogadores da Alemanha ou da Argentina também posam para as câmeras. Mas eles não estão pensando, como nós, que a vida seja só isso. Ou que isso seja toda a vida.

Nossos jogadores viraram personagens de um comercial fantástico? Nossos jogadores, nossa música, a religião, a política…

Até o jeito que cantamos o hino ou choramos uma derrota é exagerado e pré-fabricado, para gerar “imagens emocionantes”…

Será que hoje eu vou aparecer no telão?

Serão hoje os meus 15 segundos de fama?

No “FifaFanFest” do Recife, Uma tradição cultural de nosso pais: os bonecos do Carnaval de Olinda.

Curiosamente, os jogadores e os comentaristas da TV estavam lado a lado em bonecos de tamanhos idênticos. Alguns jogadores. E todos os comentaristas…

Quem é o personagem, quem é o ser humano? Será que dá pra saber?

Dizem que o Messi é autista. Não sei se é mesmo. Mas que ele é muito ruim de foto, não tem a menor dúvida. Talvez essa seja a sua salvação do massacre: a sua cara de aluno de colégio interno, e a sua timidez aguda.

E a tenacidade de um país que mesmo em meio a uma crise econômica terrível, ainda leva seus costumes tradicionais, sua cultura e a sua bandeira a sério.

Sim, meus caros, nossa ”Linha Maginot” foi trucidada em seis minutos de “blietzkrieg” pós-moderna. Nossos bravos não tiveram a menor condição de lidar com a realidade. Isto já ficou patente no jogo contra o Chile. Foi uma cordilheira de lágrimas. Os meninos não estavam esperando por uma pedreira daquelas. Não estava no script. Na propaganda, os nossos eram gigantes imbatíveis. Por que eles estavam disputando uma classificação por pênaltis?

Mas, como Deus é brasileiro, e ainda por cima fiel a nós, independente que nós estejamos fazendo para merecer isso, o pequeno “impresvisto” era apenas uma provaçãozinha. A vitória seria nossa no final.

Afinal, estávamos jogando em casa, ganhamos a copa das confederações… Somos pentacampeões… “Preparem-se, O hexa está chegando”…

Quando veio o segundo gol da Alemanha, a realidade nos bateu na cara com toda força e sem a menor piedade.

Como ela costuma fazer com os que se creem acima dos seus desígnios.

Os autores do teatro grego já sabiam disso. Em suas tragédias, ao contrário de nossas novelas e comerciais, ela era implacável com os que se pretendiam deuses.

Nossos Heitores e Aquiles não tinham a menor ideia do que fazer. A fantasia foi reduzida a pó, e a fantasia era onde eles estavam ancorados.

Nau á deriva.

Nossos generais, que eram bons em cantar de galo na véspera e fazer treinos secretos ficaram estupefatos. Descobrimos, em seis minutos, que nossas musas platinadas eram na verdade, sereias.

O que o Nelson diria disso tudo? Pobre do Nelson. Deve estar se revirado na tumba. Ele é um homem brasileiro de um tempo onde o sofrimento das pessoas era real. E as pessoas sofriam de verdade por coisas como honra, dignidade e uma humilhação á pátria como a que sofremos.

Não sei o que o Nelson diria. Quem pode prever o gênio?

Tem uma crônica, que ele escreveu em 1958 depois da grande vitória do Brasil, quando os clubes estavam começando a receber propostas para vender os seus craques aos times da Europa. Isto ainda era novidade na época e o Nelson estava escandalizado. Ele falava que os milhões em dinheiro eram importantes, mas nos lembrava do que ele chamava de “os milhões subjetivos”. Ele nos trazia de volta á realidade e nos chamava a atenção para que não esquecêssemos os “valores gratuitos”, que são justamente a honra, a dignidade, o amor á família, o amor á camisa… Ele disse:

– Amigos. No dia em que deixarmos de prezar os valores gratuitos, vamos cair todos de quatro, todos.

 

i-nTé+V:-)C.MalTz.
www.carlosmaltz.com.br
@carlosmaltz

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