Coral do Amazonas apresenta obra erudita com toques nordestinos na sexta-feira (23)

O espetáculo contará com a participação do Balé Folclórico do Amazonas/Foto: Divulgação

Composta em 1996 por Danilo Guanais, a Missa de Alcaçuz é considerada uma das obras com o maior recheio brasileiro possível. A peça, escrita originalmente para coral, orquestra de cordas, percussão e violão, teve a sua estrutura revisada no início deste ano, ganhando uma instrumentação para piano e percussão, que foi apresentada no Carnegie Hall, em Nova York, no último mês de maio.


É essa versão da Missa de Alcaçuz que o Coral do Amazonas apresentará nesta sexta-feira (23), domingo (25) e terça-feira (27), em horários alternativos, no Teatro Amazonas (Largo de São Sebastião, s/nº, Centro, zona sul), com entrada franca. O espetáculo, com direção musical e regência do maestro Zacarias Fernandes e Hilo Carriel ao piano, traz os solos da soprano Tamar Freitas e do barítono Moisés Rodrigues, além da participação do Balé Folclórico do Amazonas.

De acordo com Zacarias, regente do Coral, a ideia de apresentar a obra de Guanais surgiu da necessidade de divulgar o trabalho dos artistas brasileiros. “Embora sejamos especialistas em apresentar obras de compositores estrangeiros, sentimos que é preciso valorizar os compositores da nossa pátria, já que temos muitas boas obras cujos autores são brasileiros”, afirma.

Tradição – A origem da Missa de Alcaçuz remonta ao Nordeste brasileiro, à tradição das famosas romanceiras da região de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, segundo o maestro.

“Essa missa é uma obra erudita, toda em latim, com vários elementos populares, presentes nas cantigas das romanceiras de Alcaçuz. Vale lembrar, também, que essa tradição das romanceiras remonta a tempos mais antigos, isto é, das rendeiras ibéricas que cantavam os romances medievais. É uma mistura de elementos que resulta numa peça linda com um toque nordestino”, completa.

O espetáculo contará com a participação do Balé Folclórico do Amazonas/Foto: Divulgação

Balé Folclórico do Amazonas – E se já é uma novidade uma missa contemporânea com todo o estilo do interior do Nordeste brasileiro, a apresentação do Coral do Amazonas traz um fato inédito no país: o Balé Folclórico do Amazonas fará toda a coreografia da missa. “Embora seja algo novo no Brasil, coreografar uma missa não é uma exclusividade nossa. Uma missa cantada é um ritual musical, e em várias missas cuja origem é o continente africano, podemos notar que existe tanto a parte cantada como a coreografada, executadas ao mesmo tempo, como uma conversa”, explica o maestro.

A coreografia é de Adam Souza, assistente de direção do Balé Folclórico. “Há algum tempo, fizemos um programa de Natal onde apresentamos dois trechos da Missa de Alcaçuz, e esses dois trechos foram coreografados pelo Balé. Essa performance foi muito bem recebida, e quando nós resolvemos fazer a Missa novamente, resolvemos coreografá-la por inteiro. Quando falamos isso ao Danilo Guanais, ele ficou muito impressionado”, conta.

O compositor – Danilo Guanais nasceu em São Paulo (SP), em 1965, mas ainda criança mudou-se para Natal (RN). Iniciou a carreira artística participando de festivais como compositor, tendo sido premiado no II Festival Internacional de Artes Cênicas de Resende, no Rio de Janeiro. Na área acadêmica, é doutor em Composição Musical pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

 

Artigo anteriorLivro “Peregrino” acompanha a jornada pessoal do Papa Francisco
Próximo artigoNos Pilares da Igreja, a esperança de candidatos ao Governo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui