CoronaVac é segura e eficaz em crianças a partir de 3 anos, aponta estudo

Foto: Reprodução

Um estudo conduzido por cientistas do laboratório Sinovac, na China, e publicado nesta terça-feira (29) afirma que a vacina contra a Covid-19 CoronaVac é segura e eficaz em crianças e adolescentes.


Segundo o artigo divulgado na revista científica The Lancet, após duas doses da CoronaVac aplicadas em um intervalo de 28 dias, mais de 96% do grupo testado (552 crianças e adolescentes saudáveis de 3 a 17 anos) produziu anticorpos contra o Sars-CoV-2.

O ensaio clínico foi do tipo randomizado (determinação de quem recebe a vacina ou o placebo é de forma aleatória), duplo-cego (tanto os voluntários quanto os pesquisadores não sabem quem recebeu qual substância) e controlado (foram testadas duas quantidades por dose: 1,5 µg ou 3 µg).

Os dados não tratam ainda da eficácia da vacina nesta faixa etária, já que essa conclusão só é obtida com estudos de fase 3, que verificam qual o nível de proteção contra casos graves, hospitalizações e mortes. No atual estágio, fases 1 e 2, a intenção dos pesquisadores é comprovar que, além de segura, ela é capaz de ativar o sistema imune contra o Sars-Cov-2.

As fases do estudo

A pesquisa foi conduzida no condado de Zanhuang, na China, em duas fases:

Fase 1: envolveu 72 participantes e foi realizada entre 31 de outubro e 2 de dezembro de 2020

Fase 2: envolveu 480 participantes e foi realizada entre 12 e 30 de dezembro de 2020

Os participantes que receberam duas doses com 3 µg cada tiveram a geração de uma resposta imunológica mais forte do que os que receberam doses de 1,5 µg, sendo recomendada a quantidade maior.

Semelhante aos achados de outras vacinas, de que o aumento da idade está associado a respostas imunológicas reduzidas, os autores observam que as respostas imunológicas entre crianças e adolescentes foram maiores que em adultos de 18 a 59 anos e idosos com 60 anos ou mais. Porém, nenhuma diferença significativa na resposta imune foi detectada em uma análise por grupo de idade.

Na maioria dos casos, as reações adversas foram ligeiras ou moderadas, sendo a dor no local da injeção o sintoma mais comum. Apenas uma reação adversa grave foi relatada no grupo de controle – um caso de pneumonia; no entanto, não estava relacionado à vacinação.

Ponderações

Os cientistas ressaltaram algumas limitações do estudo, como o pequeno número de participantes e a falta de dados sobre segurança e resposta imunológica de longo prazo.

O pesquisador da Sinovac Qiang Gao também ponderou que os participantes eram todos da etnia Han, destacando a necessidade de estudos maiores em outras regiões e envolvendo populações multiétnicas.

“Nossa descoberta de que CoronaVac foi bem tolerada e induziu fortes respostas imunológicas é muito encorajadora, e sugere que estudos adicionais em outras regiões, envolvendo populações multiétnicas maiores, podem fornecer dados valiosos para estratégias de imunização envolvendo crianças e adolescentes”, disse Qiang Gao.

Gao lembrou que apesar da maioria das crianças desenvolver infecções leves da Covid-19 ou ser assintomáticas, ainda há uma pequena parte desta população que desenvolve as formas graves da doença. Além disso, crianças e adolescentes também transmitem o coronavírus. Daí a importância da imunização em massa também envolver os menores de idade.

Aprovação na China

A China aprovou a CoronaVac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos no dia 4 de junho, se tornando o primeiro do mundo a aprovar uma vacina contra a Covid para crianças.

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Além da CoronaVac, a China também está aplicando as vacinas da Sinopharm e da CanSino. A da CanSino é dada em apenas uma dose; a CoronaVac e as da Sinopharm têm duas doses. Ambas somente em adultos.

A CoronaVac e a vacina da Sinopharm fabricada em Pequim já têm autorização de uso emergencial da Organização Mundial da Saúde (OMS) em adultos.

A vacina da Pfizer já é autorizada para quem tem 12 anos ou mais na Europa, nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Canadá, com a mesma dose que os adultos: 30µg. No Brasil, a empresa fez um pedido de autorização de uso à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte: G1

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