Crianças indígenas estão morrendo no Vale do Javari, região Sudoeste do Amazonas

O Vale do Javari volta mais uma vez às paginas dos jornais por mortes de indígenas - foto: divulgação

Crianças indígenas com menos de um ano de idade morreram nos últimos dias na região do Vale do Javari. A informação é do Coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígenas – Dsei, do Vale do Javari, Jorge Duarth Comapa, que confirmou seis mortes ao portal.


A maioria dos óbitos ocorreu na cidade de Atalaia do Norte, localizada a cerca de 1.100 quilômetros em linha reta de Manaus, capital do Amazonas.

“As quatro mortes foram registradas na cidade em consequência de estarem no porto, local muito insalubre”, explica Jorge Duarth. “As crianças adoecem dentro das canoas, ficaram sem resistência imunológica”, acrescenta.

Água poluída

Ele alerta que outros óbitos podem ocorrer se os indígenas continuarem ali ingerindo água diretamente do rio. Na orla da cidade estão ancoradas mais de20 canoas, cada uma com mais de 10 pessoas que ficam ali abrigadas a espera de receber os benefícios da Previdência Social e o décimo terceiro salário do programa Bolsa Família.

Na manhã de hoje, 07/01, reuniram-se na sede da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), em Atalaia do Norte, representantes do Dsei, Secretaria Municipal de Saúde e Fundação Nacional do Índio, num esforço conjunto de evitar a propagação de doenças.

As mortes aconteceram na cidade, no porto, local muito insalubre – foto: divulgação

Segundo explicações do coordenador do Dsei, à Funai caberá solicitar aos órgãos responsáveis a agilização na liberação dos benefícios e a Prefeitura local deverá providenciar a limpeza do local onde os indígenas estão ficando e o fornecimento de água potável.

Água contaminada

Em 2012, após as eleições municipais, indígenas foram afetados por um surto de diarreia e vômito. Quatro crianças foram a óbito na ocasião em razão também do consumo de água contaminada pelos dejetos despejados pelos barcos.

“O maior problema é na cidade. É difícil, nesses casos, convencer os parentes de receber os benefícios e retornar para aldeia. Nas aldeias está tudo tranquilo, só aconteceu um óbito na aldeia bananeira”, assegura o coordenador do DSEI.

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