Cristovão Borges rebate críticas por não títulos e diz: ‘sei que vou ganhar’

Técnico Cristovão Borges, do Flamengo/Foto: Marluci Martins

O apartamento bem decorado no 12º andar de um luxuoso prédio na Lagoa não é o último degrau na vida do técnico do Flamengo, Cristóvão Borges. Entregador de quentinhas em Salvador até os 17 anos, o filho da cozinheira Valdelice e do já falecido motorista de ônibus Alfredo acelera para num futuro próximo poder tirar do forno o primeiro título da carreira iniciada há apenas quatro anos.
– Estão dizendo que eu não ganhei nada. Todos os grandes treinadores começaram sem ganhar nada. Só discordo de quem faz isso soar como um veredicto. A falta de títulos não me incapacita de treinar o Flamengo. Isso não me incomoda porque vou ganhar. Eu sei que vou ganhar – diz Cristóvão.


A longa vida no Vasco, no Bahia e no Fluminense dá ao treinador a certeza de que está no caminho do sonhado título. Sua convicção é maior do que os estragos feitos pelos críticos.

– Com o Bahia (2013) e o Fluminense (2014), disputei duas edições do Brasileiro do início ao fim. Com o Vasco, saí no segundo turno – lembra Cristóvão, que em 2011 foi eleito o melhor técnico da competição ao lado de Ricardo Gomes, que lhe passou o bastão após sofrer um AVC.

A nova arrancada começa neste domingo, justamente contra o Fluminense, de onde foi demitido há apenas dois meses.

– Eu me resolvo bem. Não posso ter mágoa. Esse sentimento não cabe em mim. Respeito as escolhas de quem dirige, mas cumpri no Fluminense a proposta de trabalho, que era refazer o elenco – lembra Cristóvão, prejudicado pela perda de jogadores importantes como Conca, após o rompimento da Unimed com o Tricolor. – No Maracanã, vou dar um abraço em quem eu encontrar pela frente.

O clássico tem boas lembranças para Cristóvão. A melhor delas vem de 1979, dos tempos de jogador do Fluminense, num Maracanã com 110 mil torcedores.

– Foi meu segundo jogo no Maracanã. Vencemos o Flamengo por 3 a 0, e eu marquei o terceiro. Rubens Galaxe e Pintinho fizeram os outros. O Zico estava no jogo e perdeu um pênalti.

Nem só de lembranças e trabalho foi construído o currículo de Cristóvão. O baiano, que na sua apresentação no Ninho do Urubu disse ter o corpo fechado, sustenta também a fé em vários credos.

– Há essa atmosfera mística na Bahia. Convivi com tudo. No fundo da casa da minha avó, havia um terreiro de umbanda. Eu ouvia os batuques. Rezo bastante para o Senhor do Bonfim porque as dificuldades não são poucas. Tenho umas fitinhas guardadas e me sinto protegido.

Além da reza forte e do corpo fechado, Cristóvão conhece como ninguém o elenco do Fluminense, time que dirigiu em 55 jogos (28 vitórias, 11 empates e 16 derrotas ).

– É claro que conheço, mas não a ponto de isso ser uma vantagem que vá interferir no resultado. Os jogadores do Fluminense também me conhecem, sabem quais são as minhas ideias – destaca Cristóvão Borges, do alto de um 12º andar com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, com um janelão aberto para o futuro além do Rebouças, onde o Maracanã está a sua espera. Neste domingo tem Fla-Flura).(G1/Extra)

Artigo anteriorUNATI será a primeira Fundação a formar gerontologistas na América Latina
Próximo artigoJohn Kerry quebra a perna em acidente de bicicleta na França

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui