De almoço em almoço, vai-se construindo o nome do novo presidente da CMM

Luiz Fernando, Hiran e Arthur, na mais nova aquisição para a presidência da CMM.
Luiz Fernando, Hiran e Arthur, na mais nova aquisição para a presidência da CMM.
Luiz Fernando, Hiran e Arthur, na mais nova aquisição para a presidência da CMM.

Aconteceu mais um almoço na sinuosa trajetória da sucessão presidencial da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Dessa vez, não se sabe quem pagou a conta se foi o prefeito Arthur Neto ou o empresário Luiz Fernando Nicolau (dono da Samel), que por mero acaso, é pai do vereador Hiran Nicolau (PSD), e que por mais coincidência ainda, o jovem vereador é o nome da vez na preferência do chefe do executivo.
O teor da conversa está guardado a sete chaves, mas como os comentários de bastidores sempre buscam aproximar-se o máximo possível da lógica, é dado como certo o descarte dos também pré-candidatos do partido do prefeito, os vereadores Plínio Valério e Mário Frota, ambos do PSDB em detrimento da mais recente casos e acasos de amor do prefeito.
A relação de Arthur Neto com o empresário do ramo de Planos de Saúde, Luiz Fernando, vem desde 1988, quando Arthur foi candidato a deputado federal, pela primeira vez e um pouco antes do Luiz Fernando Nicolau ser secretário de Saúde de Estado, no governo de Gilberto Mestrinho. A relação de “amizade” pode contribuir, e muito, para o vereador Hiran Nicolau entrar na lista dos ungidos, abençoado e batizado novo presidente da CMM, na próxima Mesa.
Fácil?… Nem tanto. Mesmo dizendo sem opinião formada sobre o assunto, o vereador Marcel Alexandre (PMDB), não vê com bons olhos as interferências do poder executivo no poder legislativo. Marcel, entretanto, faz parte de um grupo de vereadores que não tem dúvida que o prefeito elege o seu candidato, seja ele quem for, mas garante que vai ouvir a direção do seu partido, inclusive, para “entender” o que está acontecendo com a informação de que o senador derrotado nas últimas eleições, Eduardo Braga, poderia estar formando um grupo forte, com os mesmos objetivos do prefeito.
Para o vereador Waldemir José (PT), a falta de definição na distribuição de atribuições do executivo, na Casa Legislativa, não definiu a liderança que o prefeito precisa, hoje. A verdade, é que nesses dois anos de mandato Arthur atirou para todos os lados, para ver em quem acertava.
A indecisão do Arthur terminou em promessas de rompimentos. Hoje o prefeito enfrenta um princípio de incêndio na sua base. Os vereadores estão impondo condições para permanecer, alguns querem secretarias para continuar, como é o caso dos vereadores Wilker Barreto (PHS) e Sildomar Abtibol (Pros). Os vereadores do PSDB, Plínio Valério e Mário Frota, também já deixaram claro os seus descontentamentos com o direcionamento que o prefeito está dando ao caso.
O vereador Plínio não aceita cargos, só a presidência. Ele vem de uma candidatura para deputado estadual em 2014, quando tinha convicção de que deveria ter saído para federal. Ele admite o erro. Ele poderia ter aceitado sair dentro de um “chapão” montado pelo prefeito, mas o que conta agora é o custo imaterial dessa decisão. Uma negativa do prefeito em relação à sua indicação à presidência da CMM pode resultar em baixa nas hostes do PSDB.
O vereador Mário Frota, também tem dado mostras visíveis de descontentamento, até sugerindo virada de mesa, caso o prefeito venha apontar em outra direção que não seja a sua. Infelizmente, para o vereador, começou a surgir um “décimo quinto nome nesse cenário turbulento”. David Reis (PSDC) é esse nome que se assanhou nesse meio de semana. Ele também faz parte do arco de amizade do prefeito.
Entretanto e, de acordo com a história da Câmara Municipal de Manaus, a tendência da segunda Mesa é sempre a de eleger o líder do prefeito. No caso, o vereador Wilker Barreto (PHS). O próprio Bôsco Saraiva (PSDB), não se oporia. A subserviência dele ao prefeito é tamanha, que seria capaz de defenestrar o seu indicado, Sildomar Abtibol (Pros) e jogar por terra todos os seus interesses futuros na direção da CMM. Até aceitar de joelhos, a indicação do vereador Hiran Nicolau, como sendo a sua.
Interferências
Tudo que foi falado sobre a eleição da Mesa – 2015/2016, na opinião do vereador Waldemir José, tem um nome: “interferência dos poderes”. De acordo com ele, a CMM não pode se comportar como um anexo da Prefeitura. Essa relação é perniciosa e faz com que um vereador pareça mais importante que o outro.
Em regras gerais, por exemplo, isso impede que projetos de interesses da população sejam aprovados, porque, em determinados casos, “os amigos do Rei querem levar mais vantagem do que os outros”, deixando os interesses efetivos de lado.


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