Debate demagógico e os R$ 3,5 da tarifa – por Marcelo Ramos

Marcelo Ramos é advogado e professor.

R$ 3,30


A questão da passagem de ônibus não se resume a discutir apenas se deve ou não aumentar e limitar a questão a um debate demagógico e superficial.

A despeito de ser tarifa pública com previsão de reajuste, existem circunstâncias políticas e técnicas que precisam ser levadas em consideração.

Do ponto de vista político, não se pode falar do reajuste da passagem ignorando a basofia do prefeito e do vice-prefeito no período pré-eleitoral e no período eleitoral, excluindo qualquer possibilidade de aumento.

Do ponto de vista técnico, como tarifa pública, não podemos admitir um reajuste sem previsão de contrapartidas e de metas estabelecidas no contrato.

Advogado Marcelo Ramos

Quantos ônibus novos as empresas trarão nos próximos meses?

Quais as metas de cumprimento de horário?

Quais as metas de limpeza e conforto para o usuário?

Quais as metas de aumento da velocidade média da frota para diminuir o tempo de espera e a lotação?

Quais as garantias de que as questões trabalhistas serão resolvidas e não teremos mais greves?

Quais as metas de construção de abrigos nas paradas e de reforma dos terminais?

Qual o balanço do valor pago para as empresas a título de subsídio e da isenção de IPVA?

O anuncio do reajuste da tarifa para R$ 3,30 com menos de um mês do novo mandato caracteriza descarado estelionato eleitoral, agravado pela inexigência de qualquer contrapartida por parte das empresas.

Mais uma vez o cidadão trabalhador e o empresário que comprar vale-transporte paga a conta da demagogia e da mentira do governante que, por sinal, segue em lugar incerto e não sabido.

Marcelo Ramos é advogado e professor

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