Deputados invadem Aldeia Maracanã e são expulsos

Foto: Divulgação

Rio de Janeiro: Os deputados estaduais Rodrigo Amorim e Alexandre Kinoploch e vários capangas armados, supostamente policiais, mais uma vez invadiram à Aldeia Maracanã. Chegando com escolta armada e sem autorização odos indígenas ali aldeados, alegaram estar querendo vistoriar o prédio do antigo Museu do Índio, mas diante da invasão foram rechaçados pelos presentes.


No início do ano a dupla de deputados veiculou um vídeo em frente à Aldeia Maracanã em que chamavam o espaço de lixo urbano. Além disso diziam que quem gosta de índio que fosse pra Bolívia, o que inclusive gerou um incidente diplomático.

Rodrigo Amorim antes de tomar posse como deputado destruiu a placa da rua que homenageava a vereadora, Marielle Franco, assassinada por policias ligados às milicias do Rio de Janeiro.

Foto: Divulgação

Amorim acusa sem nenhuma razão que a Aldeia Maracanã recebe doutrinação ideológica de esquerda mas isso não é verdade porque o período em que mais a Aldeia Maracanã foi perseguida foi nos governos Lula e Dilma que doaram sem consulta o espaço de 14.300 metros quadrados para o governo de Sérgio Cabral, atualmente preso por corrupção.

História da Aldeia Maracanã

Aldeia Maracanã, situada na área conhecida como Antigo Museu do Índio, é uma aldeia indígena urbana localizada no prédio antigo do Museu do Índio, no bairro Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil. O prédio antigo do Museu do Índio situa-se próximo ao Estádio Mário Filho, e corre risco de demolição por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

A polêmica em torno da manutenção da aldeia, considerada uma referência para o movimento político, mobilizou diversos movimentos populares carioca, sendo a aldeia considerada um símbolo da oposição ao governo de Sérgio Cabral Filho.

O prédio, que destoa em muito da paisagem do bairro, tem a aparência de um castelo. De acordo com o parecer do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, o edifício é um “…imponente exemplar da arquitetura eclética do início do século XX.

Foto: Divulgação

O prédio onde funcionava o Museu do Índio foi construído pelo Duque de Saxe em 1862 e doado em 1910 ao Serviço de Proteção aos Índios, órgão estatal comandado pelo Marechal Rondon, quando de sua criação, em 1910. O objetivo é que o espaço fosse uma área de preservação da cultura indígena brasileira. Inicialmente, o prédio abrigou a sede do órgão federal, e posteriormente, entre 1953 e 1977, abrigou o Museu do Índio, criado por Darcy Ribeiro. Após essa data, o museu foi transferido para Botafogo e o prédio ficou abandonado.

Em 2006, o local foi ocupado por um grupo de cerca de vinte indígenas de diversas etnias, e chamaram o assentamento de Aldeia Maracanã.

Mais tarde, o local foi doado do Governo Federal em agosto de 2012 para o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que anunciou que devido às obras para a Copa do Mundo de 2014, o Antigo Museu do Índio seria demolido para facilitar a saída de torcedores do Estádio do Maracanã.

Também teriam o mesmo destino, a Escola Municipal Friendenreich e o Estádio de Atletismo Célio de Barros. As três propostas de demolição causaram comoção em uma parcela da sociedade civil, e setores mais ligados aos movimentos sociais carioca, passaram a fazer forte oposição às três propostas de demolição, demonstrando solidariedade aos grupos que sentiram-se prejudicados pelas decisões.

Inicialmente, o governo alegou que a demolição do prédio antigo do museu seria necessária para atender às exigências da FIFA, o que foi negado pela entidade máxima do futebol, a nível mundial. O governo argumentou também que o imóvel não teria qualquer valor histórico.

Como reação, os vereadores Reimont Otoni, Eliomar Coelho e Leonel Brizola Neto apresentaram em 2013 o projeto de lei 1536, prevendo o tombamento do prédio.

A proposta de demolição foi muito criticada por especialistas, que alegaram que com os 60 milhões pagos pelo governo estadual ao governo federal pela compra do imóvel, somados ao 568 mil reais que seriam pagos por sua demolição, haveria dinheiro suficiente para recuperá-lo.

Também foi especulada a possível intenção de utilizar o terreno para a construção de um grande estacionamento. A Ministra da Cultura, Marta Suplicy, chegou a pedir ao governador em exercício do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que o prédio fosse mantido. Ainda em janeiro de 2013, o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural deu parecer unânime pela manutenção do prédio, mas pela primeira vez um parecer do órgão não foi seguido pelo prefeito Eduardo Paes, aliado de Sérgio Cabral. Cabral, na ocasião, disse que chamar a comunidade que habitava o terreno de aldeia indígena “é um deboche”, por ser aquela “uma ocupação recente”, qualificada ainda pelo governador como de cunho político.

Após uma polêmica que já durava cinco meses, ainda em janeiro, após os índios obterem uma liminar na justiça impedindo a demolição, o Governo do Estado voltou atrás e admitiu não mais demolir o prédio, mediante a saída dos índios do local, que seria reformado e mantido intacto com suas características originais. No entanto, não houve a definição de um cronograma para a reforma, nem foi informado o destino do prédio. A proposta de acordo foi rechaçada pelos líderes da aldeia, por esse motivo.

Foto: Divulgação

O projeto de tombamento do antigo museu foi derrotado na Câmara do Rio, com apoio da base governista, em março por 17 votos a 13, com 20 abstenções.

Em 22 de março de 2013, a Aldeia Maracanã foi finalmente ocupada por forças policiais que retiraram os indígenas. Na ocasião, houve protestos de diversos segmentos sociais e políticos.

A ONG Justiça Global denunciou às Nações Unidas o suposto abuso de poder praticado pelo estado na ocasião. Na ocasião da reintegração de posse, o número de indígenas morando na aldeia já era 60, sendo 40 adultos e 20 crianças.

Após a remoção, uma parte dos moradores da aldeia foram levados para um terreno em Jacarepaguá oferecido pelo Governo. Os reassentados, no entanto, reclamaram da falta de infra-estrutura, localização e das restrições a que passaram a sofrer, como o controle dos horários de entrada e saída, bem como a impossibilidade de receberem visitantes livremente.

Em abril de 2017, uma parte dos índios voltou a ocupar o prédio e estão lá até decisão final da Justiça Federal onde tramita o processo da Aldeia Maracanã.

Wilson Witzel diz que vai restaurar o antigo Museu do Índio – Aldeia Maracanã

Governador do RJ afirma que vai lançar os dois editais e ainda outro para a reforma do estádio Célio de Barros. O dinheiro da obra deve ser todo da iniciativa privada.

Witzel escreveu ainda que fará a reforma de toda a área com dinheiro da iniciativa privada.

“Pedi o levantamento do processo com a concessionária para eu mediar e colocar fim ao problema, assim espero”, escreveu.

As afirmações de Wilson Witzel foram feitas, através de sua conta pessoal, na página do juiz João Batista Damasceno.

De acordo com o governador, um edital será lançado para a concessão do Maracanã e reforma do estádio Célio de Barros e restauração do museu.

“Preservar a arte e mostrar um novo Rio de Janeiro é nossa meta. Rumo à 1 milhão de turistas por mês”, disse.

Fonte: Amazon Press

Artigo anteriorAnedota – Flávio Lauria
Próximo artigoPrefeitura vacinou mais de 38% contra a H1N1 em três dias e meio de campanha

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui