Desespero de fachada – por Garcia Neto

Garcia Neto é professor e jornalista - Foto: Reprodução

O visível sentimento de angústia do ex-prefeito Wilton Santos (PSDB) iguala-se a retirada da mamada de uma criança. Quando isso ocorre, a criança chora, grita, esperneia, faz birra. Desde a confirmação de sua cassação, Wilton tem ingressado no TRE-AM com várias medidas cautelares para “garantir-se” no cargo de prefeito. Esse desespero não seria tão somente pela perda do mandato que ele nunca teve ao longo desses 18 meses de pura enganação.


Por detrás dessa cortina de fumaça, Wilton continua agindo diretamente no comando da Prefeitura e, por fora, nas articulações partidárias para formação de uma frente ampla capaz de derrotar o candidato emedebista Frederico Junior na eleição suplementar de outubro. Frederico vem mantendo no município um índice de popularidade acima de 80 por cento.

Pode-se incluir nessa agenda, o forte interesse de Wilton pelas verbas do município que ele ainda o mantém sob controle, considerando que o prefeito substituto, vereador Rosivaldo Souza dos Santos (Rede), o Professor Massarico, tem mostrado inapetência para o cargo. Quando ainda se cogitava o nome de Massarico para assumir a vaga de Wilton, ele chegou a declarar que não “assumiria abacaxi de ninguém”.

Professor Garcia Neto

A ingerência de Wilton na administração de Massarico tem prejudicado o modo de comando administrativo e controle do erário que ele pretende impor. A população cobra o cumprimento de agendas pontuais para melhor zelar pela limpeza da cidade, além de atender possíveis demandas das áreas da educação, da saúde, do turismo, da cultura, e outros.

Sabe-se que o Professor Massarico não é um político autêntico e tampouco homem o suficiente para exigir que Wilton se mantenha distante da Prefeitura. A falta de desejo de tornar-se o verdadeiro gestor da coisa pública de Novo Airão faz de Massarico um administrador sem vontade própria, aquele que faz tudo conforme o desejo do “chefinho” inelegível.

Apesar de a Constituição garantir a independência do Poder Legislativo Municipal, o atual presidente da Câmara de vereadores, Rosemberg Branco (PR) e seus oito comandados, ignoram a função mais importante do Parlamento municipal: o de fiscalizar o Executivo com o auxílio do Tribunal de Contas. As reclamações populares de que Rosemberg foi eleito pelo povo para ser “cão de guarda de Wilton” parece não incomodar o vereador, que mantém posição firme de bajulador.

Até parece que a vontade do povo fracassou de vez.

*Garcia Neto é professor e jornalista

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