Há 13 dias das eleições eu desisti de lutar por uma guerra perdida. Não é só uma batalha e sim uma guerra.
Não dá, ou até dá para entender (se o Lula não tivesse inventado essa história de caravana e querer ser candidato a qualquer custo, sabendo que ele era o boi de piranha e não seria candidato.
Se ele não tivesse insistido mais do que devia, se ele ao invés de lançar o Haddad, ter apoiado o Ciro. Tudo isso por conta de algo chamado EGO.
É por esse ego, que as pessoas estão cegas, histéricas, achando que o Bolsonaro arrumará alguma merda nesse país.
Que o seu discurso de ódio, apologia ao estupro, seu machismo e homofobia enraizados, assim como é seu racismo e sua xenofobia, tenham simplesmente sumido do seu caráter milagrosamente, quando na realidade esses sentimentos só estejam escondidos até ele ganhar as eleições com seu voto, negros, gays, mulheres, nordestinos e nortistas, LGBTI e por aí vai iludidos por esse ser sem denominação, depois o ódio voltará muito pior, agora ele é o presidente, e você minoria agora não terá pra onde correr ou em que se apoiar.
Desisti de tentar entender quem se diz cristão votar num ser humano desses, contrário a tudo que Jesus prega, aliás, Jesus andava com as minorias, ou vocês se esqueceram disso?
Estamos numa democracia, e percebi que não tem chances de virar o jogo, Bolsonaro é presidente e isso é um fato consumado.
Comigo nada vai acontecer, afinal estamos do lado de quem manda nele, resumindo, quem banca a campanha dele, por conta do emprego do meu marido.
Mas com o resto da população realmente não sei.
Não sei sei se terá SISU para as pessoas terem um acesso a universidade justo, não sei se terá ProUni, ou se as pessoas negras continuarão tendo as mesmas condições conquistadas até agora.
É nessa hora que dou graças a Deus por não ter uma filha, afinal nem consigo imaginar ela numa festa, junto com esses apoiadores do Bolsonaro com uma arma na cintura obrigando ela a fazer sexos com eles, senão eles a espancarão – não se esqueça que apologia ao estupro e liberação do porte de armas estarão liberados.
Rezo todo dia para meu filho não ser homossexual, não por ser homofóbico ou coisa do gênero, mas pelo SIMPLES FATO DELE SENDO HETERO não irá correr o risco de ser espancado ou morto por um ‘bolsominion’ da vida.
Agradeço pela cor da minha pele ser branca, não por racismo e sim por ser mais fácil ser branca daqui pra frente do que ser mulata ou negra.
Sofro pelos meus antepassados: índio e negros os quais terão sua voz sufocada e oprimida mais uma vez.
Sofro por meus amigos LGBTI’S que a partir de 1º de Janeiro de 2019 estarão por sua conta, já que as pessoas esquecem que um dia seus filhos, netos, sobrinhos ou ente queridos podem fazer parte desse grupo de minoria que será banida da “sociedade cristã”.
Sofro por provavelmente não professa a doutrina que sigo, pois até minha e a sua escolha espiritual será imposta.
E por ser mulher, talvez esteja mais vulnerável, mas minha bolha está pronta para 2019, mas e a sua?
Não é uma luta contra o PT que vocês estão tendo, sim uma luta de ódio, rancor, raiva, intolerância e preconceito.
Sinceramente, apesar de saber o resultado da escolha da maioria dos “brasileiros de bem” resultará, rezo para que nenhum amigo ou conhecido sofra com ela e com os tempos sombrios que estão chegando.
Dia 28 farei a minha parte, votarei pela continuidade da democracia…. depois retornarei para a minha bolha e ficarei protegida… Mas muita gente que se acha imune aos caos que irá se propagar acha que também estarão protegidos, só lamento que essa não seja a realidade para vocês.
Joguei a toalha… vocês venceram, tiraram o PT do poder, o que não entraria em discussão aqui, já que o mundo inteiro está percebendo a loucura que está acontecendo, porém a histeria coletiva é tamanha que ninguém que assumir ou parar ao menos para refletir, e provavelmente darão o ponta pé inicial para o Brasil se tornar de fato uma Venezuela.
Boa sorte para nós!!!
P.S. sei que só eu irei ler esse texto, o que de fato é uma pena.
*Rita Gomes Todeschini é formada em ADM com enfase em marketing e analista política
