Dia das Mães de superação e garra em meio à pandemia

Foto: Rell Santos, Charles Pessoa e Michell Mello/Secom
Aos 65 anos, a merendeira Terezinha Celani venceu o coronavírus depois de 15 dias de internação em duas unidades de saúde da rede estadual.
Há menos de uma semana em casa, após receber alta médica do Hospital de Combate à Covid-19, na Nilton Lins, ela comemora por poder passar o Dia das Mães ao lado dos quatro filhos e seis netos.
“Eu me sinto muito agradecida a Deus, por estar com meus filhos muito feliz de estar aqui. Há muitas pessoas que estão lá, as mães ou os filhos. Só felicidade mesmo de estar aqui, com meus filhos, netos, minha nora.
A família é tudo para mim, é a base. É só felicidade mesmo, ter esse privilégio que Deus me deu, de estar aqui com eles no Dia das Mães”, disse Terezinha.
Mesmo com sintomas como dor de cabeça, falta de ar e falta de apetite, ela conta que a parte mais difícil da internação era estar longe dos familiares, sem saber quando iria revê-los.
Foto: Rell Santos, Charles Pessoa e Michell Mello/Secom
“O meu pavor lá era de ficar só. Longe dos meus filhos, da minha casa, mas eu tinha certeza de que eu ia voltar para a minha casa. Sempre eu falava: ‘Senhor, eu tenho que voltar para a minha casa. Eu preciso voltar para os meus filhos. Eu preciso contar para as pessoas o que é essa doença’”, lembrou a merendeira.
Terezinha faz questão de ressaltar que a fé nunca a deixou se abalar pela doença. “Quando eu dei entrada lá, por minuto nenhum eu pensei que ia morrer, que não ia sair dali. Quando fiz o exame e o rapaz me falou que tinha dado positivo, aquilo nada me abalou.
Só fiquei um pouco assustada por causa do medo de ficar só. Isso, se você não tiver cabeça, morre não da doença, mas do coração. Eu tive muita cabeça. Mas foi graças a Deus muito bom, me recuperei logo. Estou aqui com meus filhos”, comemorou.
Linha de frente – Este Dia das Mães também vai ter um significado diferente para as profissionais que estão atuando na linha de frente do combate ao novo coronavírus.
É o caso da cirurgiã-dentista e tenente Vanessa Marques, do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), que integra a equipe do Hospital de Combate à Covid-19, na Nilton Lins. Mãe de uma menina de 2 anos, ela entende que não vai poder comemorar a data como nos outros anos, em respeito ao distanciamento social, mas diz que não tem do reclamar.
Foto: Rell Santos, Charles Pessoa e Michell Mello/Secom
“O principal no Dia das Mães é estar junto das pessoas que a gente ama. A única coisa que eu lamento neste ano é que eu não vou poder estar junto da minha mãe, mas eu vou estar em casa com saúde, com minha filha, com meu marido, todos nós com saúde, graças a Deus, então na verdade a gente tem é que agradecer, né?”, afirmou. “Mas a gente de longe vai tentar demonstrar o carinho de alguma forma e comemorar com quem pode estar perto da gente”.
Assim como tantos outros colegas que aguardavam há anos a convocação para o Corpo de Bombeiros após o concurso de 2009, a tenente Vanessa foi chamada para reforçar as ações de assistência à população durante a pandemia, e tem se dividido entre cuidar da filha e o serviço no hospital. Para ela, não há nada mais gratificante do que contribuir para a recuperação dos pacientes.
“Sentir que de alguma forma nós estamos contribuindo para que as pessoas retornem para as suas casas, com saúde, é muito gratificante, realmente é o que faz a gente vencer o cansaço. São as duas coisas que mais me dão força hoje em dia: assistir às altas e chegar em casa e ser recebido por eles dois (a filha e o marido). É o que renova as minhas energias para os próximos dias que vêm”, revelou.

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