Dilma e a herança dela mesma – por Garcia Neto

Professor Garcia Neto
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Não tem retorno nem perspectivas sair desse buraco, nenhuma Bolsa Família será capaz de por fim à democracia da corrupção vermelha. Dilma diz que não concorda com as manifestações populares pelo impeachment. Será que a inquietação da maioria dos brasileiros não se justifica por ela entender, que está fazendo um bom governo, só porque garante, religiosamente a mais de 46 milhões de beneficiados, o vale-isso ou o vale-aquilo?
Dizer que o Brasil não se abala por um escândalozinho, como o escândalo da Petrobras, é, no mínimo, uma atitude tirânica de um governo de extrema direita que se instalou desde 2003, que pode levar milhões de brasileiros ao desemprego e ao desespero. O Brasil não tem uma opção democrática consolidada de verdade; tem, sim, uma ideologia firmada no banditismo, no roubo, na corrupção, na impunidade.
Autoridades petistas mais felpudas tentam empurrar goela a baixo que o país não tem espaço para manifestações mesmo que signifiquem a volta do golpe. Que golpe? Não adianta querer levar o caso Petrolão à conta de um golpe político ou culpar a oposição por dizer não à proposta de maquiar o Orçamento deste ano para esconder o rombo no superative primário, ou, ainda, culpar o eleitor mais esclarecido que não votou no PT, porque os fatos não permitem levar o povo à cegueira política e a não mais admitir justificativas vazias.
O (des)governo do PT ao longo de 12 anos levou o país à falência do governo federal. Dilma Rousseff foi reeleita presidente da República e vai receber uma herança dela mesma. Terá de reverter o descontrole da economia e da base parlamentar, terá que montar uma base ministerial compostas por técnicos dispostos ao trabalho, sem bajulação ou subserviência à presidente, terá que nomear alguém para a Economia que faça o país retomar o crescimento e que tenha a preocupação com o equilíbrio das contas públicas e o controle da inflação.
Se a cúpula do Partido olvidar as exigências da população, as manifestações poderão ficar mais extremadas, com protestos contra a alta carga tributária que mexe com o câmbio, contra a valorização do dólar, contra o descrédito internacional e contra os danos bilionários à estatal e aos cofres públicos patrocinados por grandes empresários que se supunham idôneos.
Declarar que um país democrático absorve e processa todo esse tipo de intolerância, de crimes e de impunidades, é pretender calar a boca de cada cidadão brasileiro.
*Garcia Neto é jornalista e professor universitário.


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