Dilma e Merkel debatem parceria estratégica hoje (15), em Brasília

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Dilma e Merkel discutem parceria, em Brasilia/Foto: AP

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, se reúne neste domingo com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, durante a visita de dois dias da chefe de Estado alemã ao Brasil para assistir à primeira partida da equipe comandada por Joachim Löw na Copa, contra Portugal, em Salvador.

Merkel deve chegar à tarde em Brasília e vai se encontrar com representantes empresariais. À noite, a chanceler federal será recebida com honras militares por Dilma no Palácio da Alvorada e participa de um jantar na residência oficial da presidente.


De acordo com fontes diplomáticas ouvidas pela DW, entre os principais tópicos da conversa estão o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, a espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla original) americana, a reforma do Conselho de Segurança da ONU e, também, um mecanismo de consultas intergovernamentais de alto nível entre os dois países.

“Praticamente em todos os itens da agenda internacional é possível encontrar coincidências muito grandes nas posições de Berlim e Brasília”, opina Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia (EUA) e professor do Ibmec/RJ. “O reconhecimento de ambas as partes, alçando à categoria de parceiros privilegiados, é um incentivo adicional ao desenvolvimento das relações entre os dois países.”

Preparação para encontro em 2015

O mecanismo de consultas mútuas, a ser aplicado pela primeira vez entre Alemanha e Brasil no início de 2015, simboliza a subida em mais um degrau na parceria estratégica entre os dois países, que possuem diversos interesses políticos e econômicos convergentes. Ambos participam de várias ações conjuntas, como, por exemplo, a luta pela ampliação do número de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

Dilma e Merkel chegaram, ainda, a lançar uma iniciativa conjunta em repúdio à espionagem e a favor da proteção da privacidade na internet. A resolução – aprovada pela Assembleia Geral da ONU em dezembro de 2013 e que tem valor simbólico, já que sua prática não é legalmente obrigatória pelos países – foi um recado aos Estados Unidos depois das revelações de que a NSA espionou diversos líderes mundiais – entre eles a presidente brasileira e a chanceler federal alemã.

Mesmo com a união dos esforços brasileiros e alemães para aprovarem a resolução, Markus Fraundorfer, do instituto de estudos globais Giga, de Hamburgo, diz que existem ainda pontos divergentes entre os dois países. “Um deles é lidar com o assunto espionagem por parte da NSA. Dilma chegou a cancelar sua visita oficial aos EUA. Já Merkel segue uma política mais cautelosa e não desafia o governo americano.”

O encontro deste domingo em Brasília deverá preparar uma possível visita de Merkel e ministros de Estado alemães a Brasília no início do ano que vem para que os dois países assinem diversos acordos em várias áreas, como energia renovável e ciência e tecnologia. Além disso, há a possibilidade da criação de um instituto de tecnologia brasileiro com a ajuda da Alemanha, nos moldes do instituto de pesquisa alemão Fraunhofer.

“Em se tratando do diálogo entre duas grandes potências econômicas mundiais, abre-se um horizonte promissor de perspectivas para a transferência de tecnologia”, diz o historiador Alexandre Hecker, do Mackenzie. “Parece que as raízes históricas, ligadas à grande imigração da passagem do século 19 ao 20, ganham agora um incremento revolucionário, que para o Brasil significa dar passos sólidos na conquista de sua autonomia diante dos EUA.”

Acordo de livre-comércio Mercosul-UE

Outro tópico a ser discutido em Brasília deverá ser um incentivo às pequenas e médias empresas alemãs para se instalarem no Brasil e abastecerem a cadeia produtiva principalmente de grandes companhias alemãs em solo brasileiro. No Brasil está o maior número de empresas alemãs fora da Alemanha. De acordo com o Itamaraty, são 1.200 companhias.

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