Dólar cai pelo terceiro dia e vai a R$ 2,20, com cena externa e BC

O dólar perdeu 0,77%, a R$ 2,203 na venda, acumulando baixa de 3,48% só nas últimas três sessões
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O dólar fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo, com investidores aproveitando a depreciação nos mercados globais para testar a tolerância do Banco Central brasileiro a cotações mais baixas, mas a divisa não encontrou força suficiente para terminar o dia abaixo de R$ 2,20 apesar de ter rompido essa barreira no intradia.


Especialistas avaliam que a moeda norte-americana deve voltar a enfrentar esse suporte e pode assentar-se abaixo dele no curto prazo, trazendo alívio adicional à inflação, mas a expectativa é que, mesmo assim, esse movimento não deve se sustentar no médio prazo.

O dólar perdeu 0,77%, a R$ 2,203 na venda, acumulando baixa de 3,48% só nas últimas três sessões e de 6,55% no ano, anulando boa parte da alta de 15% vista em 2013 todo. Na mínima do dia, a moeda norte-americana bateu R$ 2,1937 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro nesta sessão ficou em torno de 1,8 bilhão de dólares.

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“A queda do dólar abaixo dos patamares atuais tem seu preço. Produtos importados voltam a ganhar atratividade e a competitividade dos produtos brasileiros perde força, piorando a balança e deixando a indústria com preços menos atrativos”, escreveram analistas da Lerosa Investimentos em relatório.

Alguns analistas acreditam que as cotações mais baixas poderiam desagradar o governo, pois apesar de ajudarem no combate à inflação, prejudicam as exportações.

“Já não é de hoje que o dólar está mostrando que tem espaço para cair. Hoje, a queda do dólar no exterior animou o mercado a buscar novos patamares mais para baixo”, disse o analista de uma corretora nacional.

A divisa dos EUA tem se firmado recentemente em trajetória de queda em relação ao real, diante de expectativas de ingresso de recursos externos na economia brasileira atrás de maiores rendimentos, do humor global mais positivo sobre mercados emergentes e da constante intervenção do BC no câmbio.

A queda nas intenções de voto da presidente Dilma Rousseff em pesquisa divulgada no fim de semana, num momento em que os mercados mostram-se céticos com a condução da política econômica doméstica, trouxe mais fôlego a esse viés.

Expectativas de que a China pode adotar estímulos para impulsionar sua economia, atualmente em desaceleração, também ajudaram o dólar a perder força contra moedas emergentes nesta sessão. Frente a uma cesta de divisas, o dólar recuava cerca de 0,6%.

“Nesse curto prazo, a gente pode ver o dólar rompendo esses R$ 2,20 e testando níveis mais baixos, que agora é uma barreira bem forte. Mas não vejo um humor tão bom para a gente manter esse dólar abaixo desse patamar no médio prazo”, disse o gerente de operações do banco Confidence, Felipe Pellegrini.

Apesar das fortes quedas do dólar, o BC brasileiro continuou atuando pesadamente no mercado, alimentando ainda mais o movimento de baixa. Pela manhã, deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 4.000 swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 2,5 mil contratos para 1º de dezembro deste ano e 1.500 para 2 de março de 2015, com volume equivalente a US$ 198,0 milhões.

Mais tarde, também vendeu a oferta total em leilão para rolagem dos swaps que vencem em 2 de maio. No total, o BC já rolou cerca de 17% do lote para o próximo mês, que equivale a US$ 8,733 bilhões.

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