Domínio das emoções é diferencial no mercado de trabalho, diz pesquisa

Foto: Freepik

Embora tenha um currículo técnico de destaque, um profissional que não sabe trabalhar em equipe ou que ‘explode’ em situações rotineiras de trabalho tem poucas chances de permanecer na função. Uma nova pesquisa realizada pela plataforma de empregos Infojobs revelou que 97% dos entrevistados, recrutadores de Recursos Humanos, acreditam que a necessidade crescente de lidar com situações emocionais tem feito as competências comportamentais (soft skills) serem mais almejadas no ambiente de trabalho.


Dentre as habilidades essenciais, a ‘inteligência emocional’ é a segunda mais mencionada (32,20%) pelos entrevistados da pesquisa. O primeiro lugar fica com a competência de ‘saber trabalhar em equipe’. Outras menos citadas são ‘senso de liderança’ (1%) e ‘resolução de conflitos’ (5,40%). Independente da habilidade, 97,8% dos recrutadores de RH acreditam que todas são importantes para o desenvolvimento profissional.

“A inteligência emocional se destaca porque é uma habilidade que acaba influenciando as outras, como o trabalho em equipe. Uma pessoa que não tem o equilíbrio das emoções vai deixar que tristeza, raiva ou outro sentimento negativo assuma o comando da mente em momentos de estresse, o que pode acabar afetando o seu comportamento e trazendo prejuízos às relações no trabalho”, explica a professora de Psicologia e Competências para o Trabalho do Centro de Ensino Técnico (Centec), Geisa Lima.

Essenciais

Nesse novo cenário do mercado, desenvolver apenas as competências técnicas (hard skills) acaba não sendo suficiente. Ainda segundo a pesquisa Infojobs, mais da metade dos recrutadores entrevistados (77,2%) informou que as competências comportamentais são tão necessárias quanto as técnicas. Para outros 20,3%, as soft skills já são as mais importantes.

“As soft skills são um conjunto de habilidades interpessoais que não são aprendidas em cursos tradicionais, mas sim algo que o indivíduo autodesenvolve. Muitos profissionais são contratados por suas habilidades técnicas, no entanto, são desligados por falta de habilidades interpessoais ou soft skills. Além do trabalho em equipe e inteligência emocional, podemos citar as habilidades de empatia, prudência, motivação e negociação”, comenta Geisa.

Outro ponto que costuma gerar dúvida é como mostrar que tem as competências comportamentais desenvolvidas, afinal, esse não é o caso de apresentar um certificado, como acontece com as habilidades técnicas. A orientação da professora do Centec é para que o candidato fique atento às dinâmicas e entrevistas nas seleções para um emprego. “Essas atividades costumam ser utilizadas justamente para avaliar as competências comportamentais. Os avaliadores verificam quem consegue trabalhar melhor em equipe e quais têm senso de liderança, por exemplo”, afirma.

A boa notícia é que as habilidades comportamentais podem ser adquiridas e aperfeiçoadas. Algumas, inclusive, ao mesmo tempo. É o que explica a professora Geisa Lima. “Nós não nascemos com as soft skills, mas as desenvolvemos com experiências do dia a dia. Porém, é possível acelerar esse processo buscando o autoconhecimento. Não podemos controlar nossas emoções sem que tenhamos conhecimento de como elas são. Por isso, é essencial olhar para dentro de si mesmo, se imaginar em diferentes cenários de trabalho e pensar qual seria a melhor maneira de agir. Isso certamente lhe dará um caminho para desenvolver as habilidades comportamentais”, orienta a professora.

 

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