“É lógico que vai ter eleição”, responde Mourão às ameaças do general Braga Neto

Haverá eleição mesmo sem voto impresso, afirma Hamilton Mourão - foto: recorte/divulgação

“Nós não somos república de banana”, disse o vice-presidente sobre a ameaça feita pelo ministro Braga Netto ao presidente da Câmara, Arthur Lira, negada por ambos em seguida.


O vice-presidente Hamilton Mourão se manifestou nesta quinta-feira (22) sobre a ameaça do ministro da Defesa, Braga Netto, ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e afirmou que as eleições de 2022 estão asseguradas.

“É lógico que vai ter eleição. Quem é que vai proibir eleição no Brasil?”, afirmou o vice-presidente ao chegar ao Palácio do Planalto, no início da tarde.

Mourão afirmou que o país elegerá o próximo presidente mesmo que não seja aprovada a proposta do voto impresso, defendida por Jair Bolsonaro. “Por favor, gente, isso aí… Nós não somos república de banana”, disse o vice.

Saiba mais 

Jair Bolsonaro não está isolado em seu projeto de implantar uma ditadura no Brasil. Ele conta com o apoio do general Braga Netto, seu ministro da Defesa e homem de confiança. É o que revelam as jornalistas Andreza Matais e Vera Rosa, em reportagem publicada no Estado de S. Paulo. “No último dia 8, uma quinta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), recebeu um duro recado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por meio de um importante interlocutor político. O general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica”, apontam.

A portas fechadas, Lira disse a um seleto grupo que via aquele momento com muita preocupação porque a situação era “gravíssima”. “Lira considerou o recado dado por Braga Netto como uma ameaça de golpe e procurou Bolsonaro. Teve uma longa conversa com ele, no Palácio da Alvorada. O presidente da Câmara disse ao chefe do Executivo que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional. Líder do Centrão, bloco que dá sustentação ao governo no Congresso, Lira assegurou que iria com Bolsonaro até o fim, com ou sem crise política, mesmo se fosse para perder a eleição, mas não admitiria golpe”, informam as repórteres.

Brasil 247

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